Brasil, 21 de agosto de 2025
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Violências na República Democrática do Congo: massacres e fracasso nas negociações

A República Democrática do Congo enfrenta ondas de violência e dificuldades nas negociações de paz entre governo e rebeldes.

A República Democrática do Congo continua a ser cenário de extremas violências e instabilidades. Recentemente, o país viu um aumento alarmante no número de vítimas em ataques perpetrados pelo grupo islâmico Forças Democráticas Aliadas (ADF), enquanto as negociações entre o governo congolês e os rebeldes do M23 enfrentam dificuldades para progredir.

O aumento da violência das ADF

De acordo com a Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco), entre os dias 9 e 16 de agosto, pelo menos 52 civis foram mortos devido a ataques das ADF nos territórios de Beni e Lubero, localizados na província oriental de Kivu do Norte. Entre as fatalidades, encontram-se oito mulheres e duas crianças. A Monusco alertou que o número de vítimas pode aumentar e denunciou que os ataques foram acompanhados de sequestros, incêndios, saques e destruição de propriedades pessoais, colocando em risco a vida de populações já fragilizadas por crises humanitárias.

Os episódios mais brutais ocorreram na cidade de Oicha, onde pelo menos nove civis foram mortos em um ataque noturno. Este ataque aconteceu poucos dias após um massacre em Bapere, que resultou na morte de 40 pessoas. Segundo Macaire Sivikunula, chefe do distrito de Bapere, os agressores atacaram na noite entre 13 e 14 de agosto, quando se retiravam de uma operação militar conjunta das forças armadas do Congo e do Uganda. Esses novos massacres seguem um padrão de violência que já resultou na morte de milhares de civis nos últimos anos no nordeste do país. A ADF, apesar da operação militar “Shujaa”, iniciada no final de 2021, continua a perpetrar ataques contra a população civil.

Fracasso nas negociações em Doha

No âmbito político, as negociações para a paz entre o governo congolês e o M23, um movimento rebelde, estão estagnadas. O prazo estipulado em Doha, no Catar, para um acordo de paz expirou em 18 de agosto, mas não foi cumprido. O M23 não compareceu às negociações, acusando o governo de Kinshasa de não respeitar os termos do cessar-fogo, além de exigir a libertação de prisioneiros como uma condição prévia. Lawrence Kanyuka, porta-voz do M23, afirmou que “o governo congolês não quer a paz”. Já o governo de Kinshasa rejeitou essas acusações, afirmando que a libertação dos prisioneiros deve ser parte das negociações, não uma exigência prévia.

Uma delegação reduzida em Doha

Fontes do movimento rebelde Afc-M23 informaram que, sob pressão do Catar, uma representação reduzida será enviada a Doha nos próximos dias. O objetivo é reiterar a necessidade de cumprir a declaração de princípios, que inclui a questão dos prisioneiros. Do lado do governo congolês, foram recebidos rascunhos de acordos pela equipe de mediação, sobre os quais ambas as partes estão analisando antes de novas rodadas de negociações. Ainda assim, a questão da libertação dos prisioneiros continua sendo um ponto de tensão e complexidade. Um representante do Catar disse que, apesar de o prazo para o acordo não ter sido cumprido, tanto Kinshasa quanto o M23 demonstraram disposição para continuar as negociações.

À medida que os conflitos persistem e as negociações fracassam, o povo da República Democrática do Congo enfrenta uma realidade de insegurança e medo, clamando por uma solução duradoura e eficaz para a paz. A comunidade internacional observa, preocupada, o desenrolar da situação, na esperança de que um diálogo significativo possa ser estabelecido para acabar com a violência que assola a nação.

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