O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta quinta-feira que a sobretaxa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos estrangeiros “inviabiliza” novas exportações brasileiras para o mercado americano. A tarifa de 50% entrou em vigor há duas semanas e afeta diversos setores da economia brasileira.
Impacto das tarifas nos negócios do Brasil com os EUA
Durante entrevista à Rádio Baiana FM, Rui Costa criticou as ações do governo americano, destacando que a medida, que busca punir países como Brasil, Índia, China e países europeus, tem causado incerteza no comércio internacional. “O presidente dos Estados Unidos resolveu brigar com o mundo inteiro, impondo tarifas de até 50% ou até 100% em alguns casos, o que inviabiliza, às vezes, a entrada de produtos de outros países lá nos Estados Unidos”, afirmou o ministro.
Efeitos na economia global e no Brasil
Como mostrou o GLOBO, o início da cobrança tem provocado um cenário de incerteza e desaceleração na economia global. O Banco Mundial reduziu, em junho, a previsão do crescimento mundial em 2025 em 0,4 ponto percentual, de 2,7% para 2,3%, atingindo a menor previsão para esse período em 17 anos, excluindo o período de recessões de 2009 e da pandemia em 2020.
Para os mercados emergentes, a previsão de crescimento diminuiu de 4,1% para 3,8%, refletindo os efeitos das tarifas americanas na economia global. No Brasil, o índice IBC-Br, que serve como uma prévia do PIB nacional, apontou uma queda de 0,1% em junho em relação ao mês anterior.
Previsões de perdas e possibilidades de exportação
Embora o decreto de Trump tenha excluído 694 produtos brasileiros da sobretaxa, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese) estima que a medida possa levar à perda de até 726 mil empregos no país, especialmente em cenários mais extremos. A medida reforça os riscos de desaceleração econômica e prejudica as perspectivas de negócios internacionais do Brasil.
Próximos passos e perspectivas
Analistas econômicos acompanham de perto os desdobramentos do conflito comercial e avaliam que o cenário exige atenção às políticas de estímulo às exportações brasileiras, além do fortalecimento de outros mercados. A tendência é que a disputa comercial siga impactando sinais de recuperação econômica nos próximos meses.