Brasil, 21 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Supremo Tribunal Federal condena primeiro financiador das invasões de 8 de janeiro

O STF impôs a pena de 17 anos a Pedro Luís Kurunczi por financiar atos antidemocráticos em Brasília.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nesta quinta-feira, o engenheiro Pedro Luís Kurunczi a 17 anos de prisão por sua atuação em financiar as invasões golpistas ocorridas em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023. O réu foi responsabilizado por custear o transporte de manifestantes de Londrina (PR) para a capital federal, onde ocorreram os atos violentos contra o Estado democrático de direito. Essa decisão marca um importante passo na responsabilização dos envolvidos nos eventos que ameaçaram a democracia brasileira.

Condenação e pena aplicada

O STF impôs a Kurunczi uma pena total de 17 anos, sendo 15 anos e 6 meses de reclusão e 1 ano e 6 meses de detenção em regime fechado. A corte também ressaltou a tentativa do condenado de ocultar a origem dos recursos financeiros utilizados para o transporte dos manifestantes, usando a conta bancária da mãe para disfarçar a transação. A condenação foi baseada em provas robustas, incluindo quebra de sigilo bancário e mensagens do aplicativo WhatsApp que evidenciam sua participação nos delitos.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, foi decisivo na proposta da pena, recebendo o apoio dos demais ministros da turma, exceto o ministro Luiz Fux, que se absteve. Pedro Luís Kurunczi foi declarado culpado por diversos crimes, incluindo abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, danos qualificados, deterioração de patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Os fatos que levaram à condenação

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Kurunczi participou ativamente de um movimento organizado por meio de redes sociais, que tinha como objetivo a prática de crimes contra o Estado democrático de direito. Entre outubro de 2022 e janeiro de 2023, após a eleição presidencial, ele se uniu a outros indivíduos para promover e financiar deslocamentos a Brasília, culminando na invasão do Palácio do Planalto e outras instituições públicas.

Kurunczi teria transferido R$ 59.200, via Transferência Eletrônica Disponível (TED), à empresa Viação Garcia, que fez o transporte em quatro ônibus. A PGR considerou a ação do engenheiro como uma “ativa contribuição” para os atos violentos que ocorreram durante as invasões.

A defesa de Kurunczi

Em sua defesa, a equipe jurídica de Kurunczi argumentou que ele “apenas frequentou o movimento de protesto” e que sua participação fosse limitada a uma consulta de preços para fretar os ônibus. Contudo, as evidências apresentadas no julgamento contrabalançaram esses argumentos, levando à condenação do réu.

A importância da decisão do STF

A condenação de Pedro Luís Kurunczi representa um marco no combate à impunidade em relação aos atos antidemocráticos no Brasil. A decisão do STF fortalece a mensagem de que a justiça prevalecerá contra aqueles que tentam minar os pilares da democracia, demonstrando que o financiamento de ações golpistas não será tolerado.

Os eventos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram em danos a várias instituições e ao patrimônio público, continuam a ser investigados, e esta condenação é parte de um esforço mais amplo das autoridades brasileiras para responsabilizar todos os envolvidos. O STF já indicou a intenção de continuar a agir de forma incisiva contra qualquer tentativa de desestabilização do país.

A sociedade agora aguarda as próximas etapas do processo legal, com a expectativa de que mais responsáveis por esses atos sejam identificados e condenados, reafirmando assim o compromisso do Brasil com a defesa de direitos democráticos e a justiça.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes