Brasil, 24 de agosto de 2025
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Sistema de imigração de Trump coloca crianças em risco

Políticas migratórias recentes aumentam a vulnerabilidade infantil ao transformar crianças em ferramentas de fiscalização e repressão.

As mudanças na política de imigração nos Estados Unidos, implementadas desde janeiro por meio de decretos executivos e recomendações, têm colocado crianças em situação de maior vulnerabilidade. Crianças migrantes, muitas fugindo de violência, abuso ou guerra, agora enfrentam riscos ampliados ao serem usadas como instrumentos de fiscalização e controle, segundo ativistas e especialistas.

Uso de dados e estratégias de fiscalização ameaçam a proteção infantil

O Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) passou a acessar informações do Escritório de Reassentamento de Refugiados, incluindo dados de adultos que se apresentam como responsáveis pelos menores. Esses adultos, muitas vezes familiares, são fingerprintados, testados por DNA e podem ser detidos, o que leva à retirada de patrocinadores e à permanência prolongada de crianças em abrigos.

Segundo uma nota interna da ICE, intitulada “Unaccompanied Alien Children Joint Initiative Field Implementation”, a justificativa para tais ações é a prevenção do tráfico de pessoas. Contudo, especialistas em combate ao tráfico de pessoas afirmam que essa estratégia, na prática, contribui para criar condições propícias ao fenômeno.

Impacto na vida das crianças migrantes

Milhares de crianças que chegam aos EUA fugindo de situações extremas ficam sem proteção, ao perceberem que a denúncia pode colocar seus familiares em risco de deportação. Como consequência, muitas deixam de frequentar escolas, unidades de saúde e centros de acolhimento, desaparecendo das redes de proteção.

Ao serem isoladas, separadas de familiares e privadas de assistência jurídica, essas crianças ficam marcadas como possíveis vínculos a adultos não autorizados, o que aumenta sua vulnerabilidade à exploração e ao tráfico humano.

Questões éticas e prevenções equivocadas

Embora seja alegado que as ações façam parte de uma estratégia contra o tráfico, especialistas e ativistas argumentam que esse modelo não previne a exploração, mas a agrava. Como ativista contra o tráfico e professora de direito na Universidade de Nova York, afirmo que essas medidas criam as condições para que o tráfico floresça, ao invés de combatê-lo.

Consequências e próximos passos

As políticas atuais deixam crianças no limbo, sem acesso a recursos e proteção adequada, podendo levá-las a empregos ilícitos, moradias precárias e situações de risco extremo. Organizações de direitos humanos pedem a revisão dessas estratégias para garantir a proteção às crianças migrantes e impedir que se tornem vítimas do tráfico ou de exploração.

A situação demanda uma reflexão urgente sobre o impacto das políticas de proteção às fronteiras na infância e na dignidade dos menores envolvidos, reforçando a necessidade de abordagens humanitárias e eficazes contra o tráfico de pessoas.

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