Brasil, 21 de agosto de 2025
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Preocupações no Federal Reserve sobre mercado de trabalho e inflação

Atas da reunião de julho do Federal Reserve mostram divergências sobre taxa de juros e preocupações com a inflação e o emprego.

As últimas atas da reunião de julho do Federal Reserve revelam que as autoridades estão preocupadas com o estado do mercado de trabalho e a inflação. Embora a maioria dos membros tenha concordado que ainda é cedo para reduzir as taxas de juros, divergências significativas sugerem um ambiente econômico delicado.

A divergência nas opiniões do Fed

As atas, divulgadas na quarta-feira, detalham que a decisão de manter a taxa de juros inalterada foi tomada em meio a opiniões divergentes entre os banqueiros centrais. Enquanto dois governadores do Fed se opuseram à decisão, argumentando a favor da redução das taxas, a maioria acreditou que a atual postura era a mais apropriada. Essa dissidência é uma novidade, pois é a primeira vez em mais de 30 anos que múltiplos governadores votam contra uma decisão de taxa.

Os participantes destacaram os riscos que o cenário econômico apresenta, com ênfase em ambos os lados do mandato duplo do Comitê: a inflação e o emprego. A maioria dos participantes avaliou que o risco de alta da inflação era o mais preocupante, embora alguns colocassem a deterioração do mercado de trabalho como uma questão a ser monitorada de perto.

Impacto das tarifas e incertezas econômicas

A presidência de Donald Trump e suas tarifas também foram tópicos centrais da discussão. As atas apontam que as incertezas em relação aos efeitos das tarifas poderiam desestabilizar as expectativas de inflação. Os banqueiros se mostraram preocupados com a possibilidade de que a inflação se desancorasse devido a essas medidas, além da incerteza acerca do tempo e magnitude dos impactos consequentes do aumento das tarifas implementadas recentemente.

Com um ambiente político aquecido, os membros do Fed expressaram opiniões variadas sobre o futuro da economia e da política monetária. Um relatório do staff do Fed indicou que o crescimento econômico foi “fraco” na primeira metade do ano, apesar do desemprego se manter baixo. Contudo, alguns participantes demonstraram uma preocupação crescente quanto ao cenário de emprego, que, segundo eles, mostrava possíveis fragilidades que poderiam exigir uma intervenção política para mitigar danos futuros.

Decisões futuras do Fed diante da economia

Os participantes concordaram que o Comitê poderia enfrentar trade-offs difíceis se a inflação elevada se mostrasse mais persistente, enquanto o panorama para o mercado de trabalho se deteriorasse. A decisão sobre as taxas de juros deverá levar em conta a distância de cada variável em relação às metas do Comitê e os diferentes horizontes temporais esperados para a correção dessas lacunas.

O encontro ocorreu dias antes de um relatório do Bureau of Labor Statistics, que revelou uma continuidade na fraqueza do crescimento das folhas de pagamento não agrícola. Além disso, a desaceleração do crescimento da atividade econômica e do consumo fez com que os membros do Fed reconhecessem um aumento significativo no risco para o emprego.

Expectativas em relação ao discurso de Jerome Powell

As atas foram divulgadas dois dias antes do discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, que será uma parte fundamental da semana do banco central na simulação anual em Jackson Hole, Wyoming. Powell é esperado para fornecer orientações sobre a direção de curto prazo do Fed em relação às taxas de juros e uma visão de longo prazo sobre a política monetária.

A pressão política sobre o Fed, exercida por Trump, inclui críticas duras ao desempenho de Powell, além de um pedido de renúncia da governadora Lisa Cook, que enfrenta alegações de fraude hipotecária. A renúncia de Adriana Kugler, ocorrida no início do mês, também abre espaço para que Trump indique mais um candidato para o Fed, aumentando a incerteza política e econômica.

Assim, o período que se aproxima exige que o Federal Reserve navegue com cautela entre os riscos crescentes para a inflação e o emprego, enquanto tenta equilibrar as pressões externas e internas em sua política monetária.

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