Brasil, 21 de agosto de 2025
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PGR evalua nova acusação contra Bolsonaro por articulação com Trump

A Procuradoria-Geral da República investiga se Jair Bolsonaro tentou coagir o STF com sanções econômicas dos EUA.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está analisando a possibilidade de apresentar uma nova acusação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro com relação à investigação sobre a tentativa de golpe de Estado ocorrida após as eleições de 2022. O centro da investigação é a suposta articulação de Bolsonaro para envolver o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um esforço para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de sanções econômicas. A intenção, segundo informações, seria coagir ministros da Corte.

Relatório da Polícia Federal revela detalhes preocupantes

Um relatório da Polícia Federal traz à luz discussões entre Bolsonaro e seus aliados sobre como vincular a suspensão de tarifas impostas pelos EUA ao Brasil a uma anistia “ampla e total” para aqueles acusados de participação nos atos violentos de 8 de janeiro. Essa estratégia, bem como a utilização de sanções como uma forma de pressão política, abre espaço para novas implicações legais tanto para Bolsonaro quanto para seus aliados.

A orientação de Silas Malafaia

Mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que o pastor Silas Malafaia teria aconselhado Bolsonaro a explorar politicamente as sanções americanas, sugerindo que ministros do Supremo e suas famílias seriam alvos de retaliações. A conexão entre Malafaia e as ações de Bolsonaro foi classificada como “claros e expressos atos executórios” de crimes de coação e obstrução de investigação. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, identificou essas ações como tentativas diretas de constranger a cúpula do Judiciário em um momento crítico.

Tentativa de pressão sobre o STF e suas consequências

Além de Malafaia, o relatório da investigação menciona a participação do deputado Eduardo Bolsonaro e do comentarista Paulo Figueiredo, que também estiveram ativos nos Estados Unidos para reforçar a campanha de pressão junto a aliados de Trump. Para os investigadores, a tentativa de instrumentalizar sanções internacionais como forma de coagir o STF poderá resultar em novos crimes, além dos já apurados pela PGR em relação à trama golpista de Bolsonaro.

Já classificada como réu pela PGR, a preocupação é que a conduta de Bolsonaro não apenas agrave sua situação atual, mas também perpetue um ambiente de instabilidade política no Brasil.

Reação de Eduardo Bolsonaro

Em resposta às investigações, o deputado federal Eduardo Bolsonaro se pronunciou nas redes sociais, afirmando que sua atuação nos Estados Unidos não tinha como objetivo interferir em processos judiciais no Brasil, mas sim buscar o restabelecimento das liberdades individuais. Eduardo qualificou o indiciamento pela PF como “absolutamente delirante”, insistindo que ele vive atualmente nos EUA, protegido pela legislação americana.

“É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político”, afirmou o deputado. “Se meu crime for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”, acrescentou, reforçando seu discurso contra o que classifica como uma perseguição política.

Possíveis desdobramentos da investigação

À medida que a PGR continua sua análise, o cenário político brasileiro se torna ainda mais conturbado. Se novas acusações forem formalizadas, isso pode significar uma nova etapa nas disputas políticas que têm caracterizado o Brasil desde a eleição de 2022. A articulação com figuras controversas como Donald Trump também levanta questões sobre a influência internacional nas questões internas do país.

O desfecho desse caso é incerto, mas a investigação continua a revelar um panorama preocupante sobre a conduta de ex-mandatários e suas relações internacionais, refletindo uma crise não apenas política, mas também ética e social no Brasil.

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