Brasil, 22 de agosto de 2025
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Enel enfrenta investigações e críticas por apagões no RJ

Clientes reclamam de apagões constantes e crescem ações contra a Enel, investigada pelo MPF por manipulação de dados.

A concessionária de energia Enel, responsável pelo fornecimento em 73% do território fluminense, tem sido alvo de críticas e investigações devido a apagões frequentes e inadequados serviços prestados aos consumidores. Essa situação se agrava ainda mais com informações de que a Enel lidera o ranking de reclamações entre as concessionárias do Brasil, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Apagões e consequências para os consumidores

Clientes de diversas localidades na Região Metropolitana do Rio e no interior têm relatado constantes interrupções no fornecimento de energia, prejudicando suas rotinas e seus negócios. Os apagões, que atingem em média 220 mil pessoas em localidades como São Gonçalo e Niterói, têm gerado descontentamento e falência de planos de empreendedores.

Rafaela Panisset, proprietária de uma confeitaria em Niterói, afirma que inaugurou seu negócio apenas para vê-lo se tornar um pesadelo devido às falhas na energia. “Ficamos praticamente uma semana fechados, e o prejuízo chegou a R$ 20 mil. A Enel não reembolsou nada até agora”, desabafa. A empresária relata que, em algumas ocasiões, a energia simplesmente acabava sem qualquer explicação, contribuindo para o caos em seu novo estabelecimento.

Investigações e aumento das queixas

Diante da escalada de queixas, o Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar a Enel, especialmente em relação à manipulação dos chamados “expurgos”. Esses eventos extraordinários, que a empresa tenta excluir das médias de qualidade do serviço prestado, podem ter sido utilizados para justificar a renovação da concessão do serviço de energia por mais 30 anos, em observação da Alegria reclamações dos consumidores.

O deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) critica essa prática, afirmando que a Enel é a líder em solicitar exclusões de eventos que afetam a qualidade do serviço. “Como pode uma empresa que entrega serviços tão ruins ter a concessão renovada por mais tanto tempo?”, questiona o parlamentar.

A média de expurgos para a Enel RJ, que é de 165,28%, contrasta fortemente com a média geral das distribuidoras que pediram renovação entre 2020 e 2024, que é de apenas 54,73%. Esse aumento excessivo indica uma possível manipulação estatística que favorece a imagem da concessionária.

Caminho judicial e apelo dos consumidores

O cenário caótico de interrupções tem levado um número crescente de consumidores a buscar a justiça. De acordo com a advogada Mariana De Azevedo Cunha Lopes, houve um aumento de 30% no número de ações judiciais contra a Enel nos últimos meses. “Esses consumidores já tentaram resolver seus problemas diretamente com a Enel e não obtiveram sucesso”, afirma a especialista em direito do consumidor.

Adriana Lima, sócia de uma padaria e uma escola em São Gonçalo, é um exemplo dessa frustração. Ela enfrentou um prejuízo de R$ 6 mil na padaria e recorreu à justiça para reaver o dinheiro, mas os problemas persistem na escola. “É uma situação desesperadora, não sabemos se teremos luz amanhã”, completa.

Resposta da Enel e medidas em análise

Contatada para comentar as reclamações e as investigações em andamento, a Enel defendeu que os expurgos estão previstos na regulamentação e que são monitorados pela Aneel. A empresa atribuiu o aumento nas interrupções a eventos climáticos e garantiu que realiza melhorias contínuas em seus serviços.

Sobre a situação da confeitaria de Niterói, a Enel se comprometeu a enviar técnicos para análise, e para a escola e padaria de São Gonçalo, informou ter realizado intervenções para normalizar o fornecimento. No entanto, a concessionária não se pronunciou sobre a investigação do MPF.

A situação permanece tensa para os consumidores e para a Enel, enquanto a Aneel não teve retorno sobre as questões levantadas. O descontentamento dos usuários e a pressão das investigações podem significar um tempo de transformação ou um longo período de instabilidade para os serviços de energia no estado do Rio de Janeiro.

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