A histórica goleada por 6 a 0 sobre o Santos, no último domingo, não rendeu a continuidade próspera que o torcedor do Vasco esperava. Ontem, em um jogo atrasado pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, realizado no Alfredo Jaconi, o cruz-maltino se viu duplamente condicionado — pelo gol no início da partida e pela presença de Vegetti — e voltou à estaca zero em termos de performance, sendo derrotado pelo Juventude por 2 a 0.
Complicações na tabela
A derrota manteve o time na 16ª colocação, à beira da zona de rebaixamento, com os mesmos 19 pontos do Vitória e agora com apenas um jogo a menos. O Juventude, por sua vez, ficou mais perto de sair do Z4, aproximando-se do próprio Vasco, ocupando agora a 18ª posição com 18 pontos. O cenário retrata um momento crítico para o clube, que precisa urgentemente encontrar a estabilidade para evitar riscos maiores.
Alterações táticas e improvisações
Sem Jair, suspenso, o técnico Fernando Diniz optou por iniciar com Thiago Mendes como titular. O lateral-direito Paulo Henrique, com uma indisposição, foi desfalque de última hora, sendo substituído por Puma Rodríguez. A principal mudança tática foi a volta do centroavante Vegetti, que retomou a vaga de titular ocupada por David na goleada anterior. No entanto, esse retorno trouxe algumas complicações para a dinâmica do time.
Tecnicamente, o jogo foi condicionado logo em seus primeiros segundos por conta de um pênalti controverso. Lucas Piton, por dar um bloqueio com a mão numa tentativa de cruzamento de Reginaldo, resultou na penalidade. Nenê, com um sentimento de ‘lei do ex’, executou a cobrança com maestria, abrindo o placar sem comemorações, em respeito ao seu passado no cruz-maltino.
Reação tardia do Vasco
Após sofrer o primeiro gol, o Vasco teve dificuldades em se encontrar em campo. O segundo gol do Juventude, marcado por Gabriel Taliari após ótimo passe em profundidade de Batalla, colocou ainda mais pressão no time carioca. Taliari recebeu a bola após Lucas Freitas não conseguir realizar o corte e, de frente para o goleiro Léo Jardim, não perdoou. Neste momento, o Vasco apenas começou a tentar se estabilizar no jogo, aumentando a posse de bola. O problema, no entanto, era a clara falta de efetividade no ataque.
A volta de Vegetti às suas origens táticas também influenciou a estética do jogo. A equipe abandonou o estilo apoiado e de invasão de espaços em favor de jogadas aéreas. Só no primeiro tempo, foram 15 tentativas de cruzamento, quase o dobro das oito contabilizadas na partida anterior contra o Santos.
Decisões que não surtiram efeito
Apesar dos esforços de Diniz para mudar o cenário no segundo tempo, as substituições não trouxeram o resultado desejado. O técnico retirou Vegetti, mas optou por manter um homem de referência na área, trazendo o jovem GB, além de colocar David na equipe para uma formação mais ofensiva. No entanto, essas medidas não justificaram a expectativa. O Vasco chegou a terminar o jogo com uma posse de bola impressionante de 77%, mas as melhores chances ainda eram escassas, com uma tentativa mais concreta vindo de um chute de fora da área de Coutinho.
Com 16 anos sem vencer o Juventude no Jaconi, o cruz-maltino agora se prepara para um confronto direto com o Corinthians, em São Januário, no próximo domingo. A partida será crucial para os planos de permanência na Série A do Campeonato Brasileiro e poderá definir o futuro de Diniz à frente da equipe. O meio-campista Tchê Tchê também comentou sobre as dificuldades enfrentadas: “O jogo contra o Santos passou. É jogo a jogo, e a arbitragem foi duvidosa.” O Vasco irá precisar corrigir suas falhas rapidamente para evitar complicações maiores na competição.