Brasil, 21 de agosto de 2025
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Defesa de Bolsonaro nega tentativa de fuga e aponta surpresa com indiciamento

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro desmente acusações de descumprimento de ordens do STF e expressa surpresa com o indiciamento.

A situação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a gerar controvérsias e desdobramentos. A defesa do ex-mandatário repudiou as alegações de que ele teria descumprido medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Este caso ganhou destaque após ser mencionado um suposto pedido de asilo político à Argentina, bem como tentativas de contato com o general Braga Netto, ambos figuras centrais em um processo que investiga a tentativa de golpe de Estado. Esses fatos levantam questões sobre a integridade das instituições democráticas no Brasil e as ações que podem comprometer o Estado de Direito.

Alegaçōes e defesa de Jair Bolsonaro

De acordo com a defesa de Bolsonaro, as acusações de tentativa de fuga e de violação de medidas cautelares são infundadas. Em nota, os advogados afirmaram ter recebido “com surpresa” o indiciamento do ex-presidente por coação no curso do processo e por abolição violenta ao Estado Democrático de Direito. Além de Bolsonaro, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), também foi indiciado. A Polícia Federal (PF) alega que ambos teriam atuado para pressionar o STF durante o julgamento da ação penal que investiga a tentativa de golpe.

Conteúdo do celular de Bolsonaro

A PF encontrou em um celular atribuído a Bolsonaro um pedido de asilo político ao novo presidente argentino, Javier Milei. O documento, modificado pela última vez em 12 de fevereiro de 2024, é considerado pela investigação como uma evidência de que Bolsonaro “praticou atos para obter asilo político na Argentina”. A PF observa que, apesar de ser um único documento sem data e assinatura, seu conteúdo sugere que o réu planejou fugir do país desde o início da operação Tempus Veritatis, que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Além disso, a análise do celular revelou tentativas de comunicação com o general Braga Netto, o que violaria uma medida que os proíbe de se contactar. Em uma mensagem enviada através de SMS, o general informou que estava utilizando um número pré-pago para “qualquer emergência”, já que não tinha acesso ao WhatsApp, apenas ao FaceTime.

Quebra de medidas cautelares

A investigação também trouxe à tona violações por parte de Bolsonaro em relação à proibição do uso de redes sociais. A PF encontrou evidências de que ele compartilhou vídeos criticando sanções impostas pelos EUA ao ministro Alexandre de Moraes e ainda promoveu eventos relacionados. Conversas entre o ex-presidente e o advogado norte-americano Martin de Luca, conhecido por seu papel em processos judiciais contra Moraes nos Estados Unidos, foram igualmente identificadas.

Intervenção do STF e prazos estabelecidos

Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes determinou que Bolsonaro fosse ouvido em um prazo de 48 horas após a apresentação de um relatório da PF, que apontou diversos crimes atribuídos a ele e ao deputado Eduardo Bolsonaro. A defesa teve conhecimento desse despacho à noite de uma quarta-feira, e o prazo para apresentação de esclarecimentos termina na sexta-feira.

Na ordem, Moraes destacou a necessidade de Bolsonaro explicar o suposto descumprimento de medidas cautelares, as atitudes reiteradas de caráter ilícito, além do risco de nova fuga. O documento também menciona a participação do pastor Silas Malafaia e do comentarista Paulo Figueiredo em estratégias de pressão e disseminação de informações falsas.

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo são acusados de buscar apoio nos Estados Unidos para a imposição de sanções a agentes públicos brasileiros, sob a alegação de perseguição política. Malafaia, conforme indicado pela PF, teria orientado ações contra ministros do STF e ajudado a espalhar narrativas falsas. Esse cenário se torna um dos mais emblemáticos da tensão política atual no Brasil, levantando questões sobre a liberdade de expressão e o papel da justiça.

No entanto, a defesa de Bolsonaro reitera que não houve descumprimento das medidas cautelares e se compromete a esclarecer todos os pontos levantados pela PF dentro do prazo legal. O desdobramento deste caso promete repercussões significativas para o futuro político do Brasil e a confiabilidade das instituições democráticas.

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