Brasil, 21 de agosto de 2025
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ChatGPT 5: atualização traz mudanças que preocupam usuários e especialistas

Nova versão do chatbot da OpenAI provoca reações diversas, desde frustração até reflexões sobre laços emocionais com IA

Depois de seu lançamento em 7 de agosto, a versão GPT-5 do ChatGPT causou polêmica. Usuários relataram que as respostas parecem menos calorosas, gerando insatisfação e questionamentos sobre a direção da OpenAI.

Reações dos usuários à mudança no ChatGPT

Markus Schmidt, compositor de 48 anos que vive em Paris, destacou a diferença no comportamento do chatbot. Ao tentar conversas mais profundas, notou que as respostas se tornaram mais racionais e menos empáticas. “É como se fosse: ‘OK, aqui está o seu problema, aqui está a solução, obrigado, tchau’”, disse Schmidt, que se tornou assinante do serviço pago por US$ 20 mensais.

A insatisfação se espalhou nas redes sociais, com muitos pedindo o retorno do GPT-4. Um internauta, identificado como very_curious_writer no Reddit, comentou: “O GPT-5 está vestindo a pele do meu amigo morto”.

OpenAI e o dilema da evolução do ChatGPT

Sam Altman, CEO da empresa, respondeu com humor à manifestação de que o GPT-4 deveria voltar. “Que imagem… evocativa. Ok, ouvimos vocês sobre o 4, estamos trabalhando em algo agora”, afirmou. Pouco depois, a OpenAI restaurou o acesso ao GPT-4 e versões anteriores, apenas para assinantes, como Schmidt, que preferiu pagar para ter a experiência desejada.

O impacto emocional e a criação de laços

O sucesso do ChatGPT também trouxe preocupações sobre o apego emocional que muitos desenvolvem com os chatbots. Segundo a psiquiatra Dra. Nina Vasan, a reação ao luto pela perda do GPT-4 evidenciou essa relação: “Nós, como seres humanos, reagimos da mesma forma, seja com outro humano ou com um chatbot”.

Pessoas como Julia Kao, de Taiwan, relataram que o GPT-4 ajudou na terapia por oferecer uma companhia compreensiva, mesmo sabendo que o chatbot não sente emoções de fato. Contudo, após a chegada do GPT-5, ela sentiu que faltava a empatia do anterior. “Eu sei que ele não quer me ajudar. Eu sei que ele não sente nada. Mas, mesmo assim, ele me ajudou”, afirmou Julia.

Riscos e dilemas éticos da relação com IA

Especialistas alertam para o potencial de riscos à saúde mental. Joe Pierre, psiquiatra da Universidade da Califórnia, ressaltou que comportamentos que podem ser positivos para alguns, como o apego a um chatbot, podem ser perigosos para outros. “Reduzir a bajulação nos chatbots pode diminuir o risco de psicose ou a formação de vínculos disfuncionais”, explicou.

O problema, segundo ele, é que o que torna esses sistemas atraentes também aumenta o risco de dependência emocional. Altman tentou suavizar a personalidade do GPT-5, tornando-o mais caloroso, mas enfrentou críticas de figuras como o pessimista Eliezer Yudkowsky, que afirma que isso é pura bajulação.

O futuro do ChatGPT e as próximas atualizações

Após polêmicas, a OpenAI anunciou que ajustará o GPT-5 para ser mais amigável, com toques de empatia e menos formalidade, sem aumentar a bajulação. Segundo o anúncio, “testes internos não mostram aumento de bajulação na nova versão”.

O desafio da empresa é equilibrar a personnalização dos chatbots para diferentes perfis de usuários, sem deteriorar a percepção de autenticidade. Afinal, a linha entre uma conexão útil e uma dependência emocional ainda é difícil de traçar, especialmente diante do potencial que essas tecnologias têm para transformar a saúde mental, o trabalho e as relações humanas.

Para aprofundar a discussão sobre os riscos e benefícios da inteligência artificial, leia também por que o ChatGPT ficou mais frio e indiferente.

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