Um confronto violento entre torcedores de Independiente e Universidad de Chile, ocorrido recentemente em Avellaneda, no Argentina, resultou em diversas pessoas feridas, levando o presidente do Chile, Gabriel Boric, a se manifestar sobre a situação nas redes sociais. O incidente destaca não apenas a violência que permeia o ambiente do futebol, mas também a responsabilidade das autoridades e organizações que regem o esporte na América do Sul.
A declaração do presidente Gabriel Boric
Em sua conta na rede social X, Gabriel Boric expressou seu desagrado em relação à violência e à falta de organização do evento. Ele afirmou: “O que aconteceu em Avellaneda entre as torcidas do Independiente e da Universidad de Chile foi errado em muitos aspectos, desde a violência entre os torcedores até a flagrante irresponsabilidade da organização. A justiça precisa determinar os responsáveis.” Além disso, o presidente ressaltou a necessidade de garantir assistência médica imediata aos feridos e proteção para os detidos, destacando que seu governo estava em contato com a Embaixada e o Consulado.
Boric também instruiu seu embaixador na Argentina, José Antonio Viera Gallo, a visitar pessoalmente a delegacia onde os torcedores chilenos estavam detidos e o hospital onde os feridos foram atendidos, enfatizando a segurança de seus compatriotas diante da tragédia.
Nota da Conmebol e o cancelamento da partida
A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) não tardou a se pronunciar sobre o tumulto. Em uma nota oficial, a entidade anunciou o cancelamento da partida, informando que não havia garantias de segurança adequadas para a continuação do jogo. O comunicado detalhou: “A Diretoria de Competições e Operações da Conmebol anunciou que, devido à falta de garantias de segurança do clube local e das autoridades, a partida foi cancelada.”
A nota também indicou que o caso seria encaminhado aos Órgãos Judiciais da Conmebol para investigação e que todos os eventos ocorridos dentro e fora do estádio seriam analisados pelo Comitê Disciplinar. Estes passos são considerados essenciais para responsabilizar os envolvidos e evitar que tais incidentes se repitam no futuro.
Como começou a confusão
Segundo informações do jornal argentino Olé, o confronto começou durante o intervalo da partida. Torcedores da Universidad de Chile começaram a queimar objetos na seção destinada a eles e, em seguida, arremessaram cadeiras em direção à torcida do Independiente. Relatos indicam que pedras, barras de ferro e outros objetos foram utilizados, fazendo com que vários argentinos pulassem para o campo em busca de proteção.
Apesar de o segundo tempo ter iniciado, a partida logo foi interrompida devido à falta de segurança. Durante a paralisação, torcedores organizados do Independiente invadiram a área do setor visitante, onde ainda havia pessoas. A situação tornou-se crítica, com cerca de 100 argentinosarmados com barras de ferro cercando aproximadamente 20 torcedores chilenos. A cena de selvageria culminou em violências extremas, incluindo a agressão a torcedores vulneráveis que foram forçados a descer suas roupas. Reportagens destacam que diversos torcedores ficaram gravemente feridos, e um chileno teria sofrido uma queda do setor superior da arquibancada.
A repercussão e ações futuras
O incidente em Avellaneda levanta questões sérias sobre a segurança em eventos esportivos na América do Sul e a responsabilidade das autoridades e das organizações, como a Conmebol, em garantir a integridade dos torcedores. O governo chileno, assim como a Conmebol, agora se vê pressionado a tomar medidas enérgicas para evitar que situações semelhantes aconteçam novamente.
Enquanto as investigações estão em andamento, a sociedade brasileira e sul-americana observa atentamente os desdobramentos e aguarda respostas e soluções que possam restaurar a segurança e a dignidade no futebol, um esporte que deveria conectar pessoas, não dividi-las através da violência.