Brasil, 21 de agosto de 2025
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Bolsonaro recebe R$ 30 milhões em transações suspeitas

Relatório do Coaf revela movimentações financeiras do ex-presidente entre 2023 e 2024, sob investigação da PF.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve movimentações financeiras que totalizaram R$ 30,6 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024, conforme um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As transações estão sendo analisadas pela Polícia Federal (PF) no contexto de um inquérito que investiga a suspeita de coação durante as investigações relacionadas à tentativa de golpe de Estado.

Movimentações financeiras sob investigação

No período em questão, foram registrados R$ 30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos. Os investigadores destacaram que mais de 60% dos valores creditados foram realizados através do sistema de pagamentos instantâneos, o PIX, com aproximadamente 1,2 milhão de lançamentos que somaram R$ 19,3 milhões. Por outro lado, mais de 50% dos débitos foram direcionados para aplicações em Certificados de Depósito Bancário (CDB) e Recibos de Depósito Bancário (RDB), totalizando R$ 18,3 milhões em seis lançamentos.

Além disso, no intervalo entre fevereiro e agosto de 2024, o Partido Liberal (PL) foi o principal remetente de recursos para Bolsonaro, com um total de R$ 193 mil em seis movimentações distintas.

Indiciamento por coação e obstrução da Justiça

Na última quarta-feira, Jair Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro, foram indiciados sob acusações de coação no curso do processo e pela abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As evidências apontam que os dois tentaram pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) durante o julgamento de Bolsonaro, que busca se defender de acusações relacionadas à tentativa de golpe de Estado.

A PF analisou um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) que contém informações sobre operações financeiras suspeitas, com indícios de lavagem de dinheiro. O Coaf, que é responsável pela identificação e análise de atividades ilícitas, deve comunicar às autoridades as operações suspeitas que identifique.

Contexto do inquérito e movimentações suspeitas

A análise da PF foi conduzida em um contexto mais amplo, que investiga crimes de coação no curso do processo, obstrução de uma investigação penal e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além disso, as investigações revelaram que, entre dezembro de 2024 e junho deste ano, o ex-presidente transferiu R$ 2,1 milhões para seu filho Eduardo, sendo que R$ 2 milhões foram enviados em uma única transação no dia 13 de maio, sob a alegação de que seu filho enfrentava dificuldades financeiras enquanto residia nos Estados Unidos.

Implicações políticas e jurídicas

Esse relatório do Coaf e as movimentações investigadas aumentam a pressão sobre o ex-presidente em um momento em que sua imagem política já enfrenta desafios significativos. As acusações de tentativa de golpe de Estado e agora as suspeitas de atividades financeiras ilícitas colocam em xeque não apenas sua integridade, mas também a credibilidade do seu partido e de seus aliados. A investigação da PF pode ter amplas implicações políticas e jurídicas que reverberarão nos próximos meses, especialmente à medida que o Brasil se aproxima de novas disputas eleitorais.

O desenrolar dessa situação continua a ser observado de perto, uma vez que pode influenciar não apenas o futuro político de Jair Bolsonaro, mas também a percepção pública sobre as instituições democráticas no Brasil.

Com o cenário em constante evolução, a sociedade brasileira aguarda novas informações que possam esclarecer ainda mais as complexas relações entre política e finanças no país.

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