O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou que o banco está preparando medidas de agilidade e novidades importantes nas linhas de crédito para combater o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. As ações fazem parte de um pacote de incentivos em elaboração pelo governo federal, que visa oferecer apoio às empresas afetadas.
Novas linhas de crédito e coordenação pelo BNDES
Segundo Mercadante, o banco de fomento atuará na coordenação e implementação dessas medidas, cuja estrutura final será definida pela equipe econômica em Brasília. Uma linha de crédito de aproximadamente R$ 3 bilhões, financiada com recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE), será a peça central do pacote, permitindo acesso mais ágil a recursos para empresas prejudicadas pelo aumento tarifário.
O BNDES já é responsável atualmente pelo operacional do FGE, e Mercadante destacou que o banco está pronto para acelerar o desembolso assim que os critérios forem definidos. Ele também indicou que as condições de juros, prazos e exigências para as empresas deverão ser estabelecidas pela equipe econômica do governo.
Preparação e alianças comerciais
Mercadante orientou que as empresas interessadas em aproveitar o apoio federal se preparem, procurando os bancos com os quais já possuem relacionamento. “Seria prudente que as empresas, assim que a linha for liberada, trabalhem com os bancos em que já são clientes, porque isso acelera o desembolso”, afirmou.
Além do crédito direto, essa linha de financiamento também poderá ser acessada por meio de empréstimos indiretos repassados pelos bancos comerciais, fortalecendo a rapidez no atendimento às necessidades do setor exportador.
Critérios de elegibilidade e avaliação
A definição dos critérios de seleção das empresas que terão acesso ao apoio ficará sob responsabilidade do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em conjunto com a Receita Federal. Mercadante salientou que esses órgãos possuem dados detalhados sobre as exportações e perdas sofridas pelas empresas e que essa informação facilitará uma ação rápida do governo.
Inspiração na reconstrução do Rio Grande do Sul
O executivo comparou o pacote de contingência aos esforços de apoio às empresas do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024. Segundo Mercadante, a agilidade no crédito foi um diferencial na recuperação do estado, com a aprovação de empréstimos aumentando em seis vezes.
Inovação e apoio ao setor tecnológico
Dentro do pacote, o BNDES também sinalizou apoio ao setor de inovação, com exemplos como o investimento de R$ 405 milhões na startup Eve, de carros voadores da Embraer, que captou US$ 230 milhões e conseguiu uma participação de 4% no projeto.
Mercadante reforçou que as empresas aptas a receber o crédito devem se preparar, buscando agilidade junto às suas instituições financeiras parceiras, para facilitar a liberação dos recursos assim que a linha for disponibilizada.
Patrimônio do Fundo de Garantia à Exportação
O FGE possui um patrimônio de R$ 53,8 bilhões e registrou um lucro de R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre, conforme relatório do banco. O fundo será reformulado para ampliar sua atuação na oferta de crédito a setores mais impactados pelo tarifaço, contribuindo para a recuperação do comércio exterior.
Mercadante concluiu que o governo está preparado para implementar rapidamente as medidas, com o objetivo de minimizar os efeitos do tarifamento e manter o Brasil competitivo no cenário internacional. Fonte