Brasil, 21 de agosto de 2025
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Associações americanas defendem o Brasil na investigação de tarifas pelos EUA

Entidades argumentam que medidas tarifárias ameaçam setores estratégicos e pedem diálogo para evitar impactos econômicos e sociais

As principais associações comerciais dos Estados Unidos que representam setores como café, carne bovina e produtos de madeira recorreram ao governo americano para defender o Brasil contra a investigação que pode resultar na implementação de tarifas elevadas. As entidades reforçam a importância das importações brasileiras e alertam para riscos econômicos e sociais.

O impacto das tarifas no setor de café nos EUA

A Associação Nacional do Café (NCA), que reúne mais de 200 importadores, exportadores, torrefadores e varejistas, pediu que o governo retire o café brasileiro do pacote de tarifas. Segundo a entidade, não há alternativas domésticas capazes de substituir os grãos produzidos pelo Brasil, responsável por cerca de 40% do café verde consumido nos EUA. A associação afirmou que as medidas podem colocar em risco quase 2,2 milhões de empregos no país, além de afetar a competitividade do setor.

“Mais de 99% do café consumido nos EUA é importado, seja em grãos verdes, torrados, solúveis ou descafeinados”, destacou a NCA. A organização também apelou ao governo americano para manter o diálogo com o Brasil, destacando que qualquer interrupção nas importações de café pode deslocar recursos para países como a China, que já expandem sua indústria de café.

Relevância da carne brasileira para o mercado americano

O Conselho de Importação de Carne da América (MICA) reforçou a importância da carne bovina brasileira na mesa dos norte-americanos, apontando o déficit de cortes magros, essenciais para a produção de hambúrgueres, entre os principais produtos consumidos nos EUA. Apesar de ser um grande exportador, o Brasil enfrenta desafios para atender à demanda de aproximadamente 50 bilhões de hambúrgueres produzidos anualmente no país.

Em carta ao representante do Escritório de Relações Comerciais dos EUA (USTR), Jamieson Greer, a MICA pediu que o governo não adote restrições comerciais ou tarifas sobre a carne bovina importada. A entidade argumenta que tais medidas aumentariam a inflação e prejudicariam a cadeia de suprimentos, além de destacar que a carne importada complementa, e não compete, com a produção nacional.

Desmatamento ilegal e a defesa do Brasil

A Associação Internacional de Produtos de Madeira (IWPA), que representa a indústria madeireira americana, defendeu uma solução negociada para as investigações relacionadas ao desmatamento ilegal no Brasil. A entidade destacou que o país possui regulações importantes para evitar o desmatamento, manejo sustentável e uso responsável da terra, citando o sistema de fiscalização baseado em satélites, além de ações do IBAMA e do programa FortFisc.

De acordo com a IWPA, o Brasil, que anunciou uma redução de 32,4% no desmatamento em 2024, cumpliu metas de sustentabilidade, o que, segundo a associação, confere confiança às empresas americanas que compram madeira brasileira. A entidade também lembrou do compromisso do país de zerar o desmatamento ilegal até 2030, reforçando a importância de uma abordagem negociada para resolver as disputas comerciais.

Respostas do governo brasileiro e próximos passos

O governo brasileiro tem reagido às investigações dos EUA, com o embaixador Celso Amorim afirmando que os Estados Unidos não querem dialogar sobre o tema, caracterizando a postura como uma “intromissão e desrespeito”. Além disso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou uma missão empresarial aos EUA para negociar o tarifaço e defender os interesses do Brasil.

Para fortalecer a posição do país, o governo também destacou ações contra o desmatamento ilegal e a fiscalização ambiental, citando o avanço no controle de irregularidades e a implementação de sistemas de rastreabilidade. Essas medidas visam garantir a confiança do mercado internacional na origem sustentável dos produtos brasileiros.

Mais informações sobre a investigação e a postura do Brasil podem ser acessadas neste link.

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