Brasil, 21 de agosto de 2025
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André Mendonça vota pela absolvição de Carla Zambelli no STF

Ministro do STF diverge sobre porte de arma e condenação de Zambelli.

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), se posicionou nesta quinta-feira (21/8) pela absolvição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no caso de porte ilegal de arma de fogo. A decisão gerou debates intensos, pois a parlamentar é acusada de ter apontado uma arma contra um homem em São Paulo, poucos dias antes das eleições de 2022.

Decisão do ministro e implicações legais

Mendonça justificou seu voto indicando que o STF não tinha competência para julgar o caso, além de sedimentar que a conduta da deputada não está diretamente ligada ao seu mandato parlamentar. “Ela estava, conforme se depreende dos autos, em um restaurante em São Paulo, quando, após provocações e discussões sobre as eleições presidenciais, teria praticado os delitos”, relatou Mendonça em sua decisão.

Por outro lado, o ministro também avaliou o crime de constrangimento ilegal, concordando com o voto do relator, Gilmar Mendes, que propôs a condenação de Zambelli à pena de 8 meses de detenção em regime inicial aberto. Além disso, Mendes argumentou que a condenação criminal transitada em julgado resulta na perda do mandato parlamentar, ponto culminante da decisão e que gerou uma divisão significativa entre os ministros do STF.

O julgamento de Zambelli e o histórico do caso

O julgamento da deputada foi realizado no Plenário Virtual do STF, onde a maioria dos ministros já havia demonstrado apoio à condenação. Em março deste ano, ao concluir a primeira rodada de votação, cinco ministros, incluindo Mendes e Cármen Lúcia, já haviam se posicionado pela condenação de Zambelli a cinco anos e três meses de prisão. Essa discussão foi interrompida por um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que divergiu na opinião e também votou pela absolvição.

Os pontos que foram destacados no voto de Gilmar Mendes incluíam a unificação das penas para os crimes cometidos, a definição do regime inicial como semiaberto, e a decretação da perda do mandato de Zambelli como consequência da condenação. Mendes argumentou que as penas devem ser cumpridas de forma sequencial, estabelecendo, assim, um precedente legal sobre a questão da perda de mandato em casos de condenações.

Os desdobramentos após a decisão

Com a votação encerrando nesta sexta-feira (22/8), o resultado final ainda gera expectativa. O que pode ser decisivo para a deputada é a quantidade de ministros que se posicionará durante o encerramento da votação. As argumentações em torno da legitimidade do voto e das justificativas legais vão impactar futuras decisões relacionadas à legalidade do porte de arma e outros aspectos jurídicos que envolvem políticos no Brasil.

Vale lembrar que Carla Zambelli está atualmente enfrentando um processo de extradição na Itália por outros delitos, incluindo a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de um mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes, fato que a levou a ser condenada anteriormente pelo STF. A situação complexa da parlamentar a coloca em uma posição delicada, sendo alvo de múltiplas investigações enquanto lida com as consequências legais de suas ações.

Contexto da denúncia contra Zambelli

A acusação contra Zambelli remonta ao segundo turno das eleições de 2022, quando a deputada, armada, supostamente perseguiu o jornalista Luan Araújo, identificado como apoiador de Lula. Esse incidente não apenas manchou a imagem da deputada, mas também levantou questões cruciais sobre a segurança e o comportamento de figuras públicas durante períodos eleitorais. O episódio deflagrou uma série de investigações que culminaram na presente ação penal, destacando a necessidade de um exame profundo sobre a moralidade e a ética de representantes do povo.

O desfecho desse caso no STF não somente moldará o futuro político de Zambelli, mas também poderá influenciar a legislação e os comportamentos políticos no Brasil, especialmente em relação ao controle de armas e a condução de figuras públicas sob o escrutínio da lei.

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