O futebol é repleto de surpresas, mas a realidade do Botafogo em 2025 vai além das reviravoltas do esporte. Após a eliminação nas oitavas de final da Libertadores, com uma derrota de 2 a 0 para a LDU em Quito, fica evidente que a situação do clube é resultado de uma série de escolhas equivocadas. Mesmo com um pênalti controverso que selou a queda, a falta de qualidade em campo e os problemas administrativos no clube não podem ser ignorados.
Responsabilidade e mirada para o futuro
Após o jogo, o capitão Marlon Freitas fez um apelo à responsabilidade, ressaltando a importância da união entre os jogadores: “Precisamos assumir a responsabilidade. A história do Botafogo mostra que o clube sempre dá a volta por cima. Agora vamos pensar individual e coletivamente para nos unirmos e seguirmos nosso caminho”, declarou ele, que foi responsável pelo pênalti que garantiu a queda da equipe.
Com um planejamento conturbado desde o início do ano, o Botafogo tinha a missão de defender os títulos da Libertadores e do Brasileirão. No entanto, as más decisões na temporada precocemente minaram as chances de conquistar o bicampeonato. O cenário no setor administrativo não é melhor; John Textor enfrenta batalhas para se manter à frente da SAF e foi criticado por subestimar os primeiros meses da temporada ao designar técnicos interinos. Mesmo com mudanças, o time se encontra em uma fase de entrosamento e consistência tática aquém dos adversários.
Contratações frustrantes e seus reflexos
A montagem do elenco também deixa a desejar. A diretoria cometeu erros em diversas contratações que não correspondem ao investimento. Jogadores como Santiago Rodríguez (R$ 85,4 milhões) e Nathan Fernandes (R$ 42,9 milhões) não conseguiram justificar o alto custo e muitos outros, como Rwan Cruz (R$ 48,3 milhões) e Elias Manoel (R$ 5,7 milhões), já deixaram o clube.
A estratégia em campo e os desafios em Quito
A situação se agravou ainda mais para o jogo contra a LDU. Alguns novos reforços não puderam contribuir, e a equipe começou desfalcada. O zagueiro Kaio Pantaleão estava machucado, enquanto Arthur Cabral só pôde entrar na segunda parte devido a problemas físicos. Com um plantel reduzido e improvisações, o Botafogo foi para o confronto com uma equipe enfraquecida diante das dificuldades impostas pela altitude de Quito.
A estratégia de Davide Ancelotti, que consistia em escalar o Botafogo com três volantes e jogadores mais leves no ataque, falhou. Erros na saída de bola e a dificuldade em manter a posse resultaram em um começo desastroso, com o gol da LDU aos seis minutos. “O gol nos primeiros minutos mudou um pouco o jogo e tornou mais difícil seguir o que tínhamos planejado”, justificou o técnico italiano.
Um desempenho abaixo das expectativas
Apesar de todo o desafio, o Botafogo manteve sua estratégia ao longo do jogo, mas não conseguiu impor um ataque efetivo, exceto por uma chance desperdiçada por Marlon Freitas. O segundo gol da LDU, que veio com um pênalti discutível, pareceu uma consequência inevitável das falhas acumuladas durante toda a temporada. A responsabilidade pela eliminação não pode ser atribuída apenas a esse lance isolado, mas é um reflexo do que foi mal gerido ao longo do ano.
Com a iminente eliminação, o Botafogo tentou se lançar ao ataque após a expulsão de Mina Caicedo. O alvinegro teve uma última chance, mas o chute de Vitinho foi para fora e selou o destino do atual campeão da América na competição.
O que vem a seguir para o Botafogo?
Atualmente em quinto lugar no Brasileirão e a 14 pontos do Flamengo, o Botafogo deve redirecionar seus esforços para a Copa do Brasil, buscando uma maneira de salvar a temporada. No meio disso tudo, John Textor e sua equipe continuam na luta para manter o controle do futebol do clube, mas a incerteza paira sobre o futuro do Botafogo.
Enquanto as expectativas de títulos são colocadas à prova, o sentimento é de que mudanças são necessárias para reverter essa fase e estabelecer um novo ciclo de sucesso.