Jason Brian Gavidia, um apoiador de Donald Trump da Califórnia, expressou um profundo arrependimento após ser detido por patrulheiros de fronteira durante uma abordagem que ele acredita ter sido motivada por racismo. Ele contou à NBC Los Angeles que sente culpa por ter votado no ex-presidente na última eleição, afirmando que foi uma escolha baseada em informações falsas.
Experiência traumatizante na fronteira e denúncia de racismo
O episódio ocorreu em 12 de junho, quando um vídeo mostra Gavidia sendo empurrado contra uma cerca de metal por agentes de patrulha de fronteira mascarados. “Eu sou um americano, cara”, podem ouvir Gavidia dizendo no vídeo. Ele relata que foi questionado de forma agressiva e teve seu celular apreendido pelos agentes. “Acredito que fui alvo por causa da minha raça. Me senti atacado porque estava andando com pele morena”, afirmou à KNBC.
Segundo Gavidia, os agentes o pressionaram a dizer onde nasceu e chegaram a alegar que ele tinha sido detido por agressão a oficiais, uma versão que ele nega categoricamente. “Nunca fui preso, apenas questionado. Mas fiquei traumatizado por toda aquela experiência”, desabafou.
Ações legais e controvérsia oficial
Gavidia é uma das cinco pessoas em uma ação civil movida pela ACLU no sul da Califórnia, que acusa a administração Trump de realizar abordagens racistas na fiscalização migratória. Apesar de uma liminar federal recente ter proibido detenções indiscriminadas em sete condados californianos, o governo tentou levar a restrição ao Supremo Tribunal na semana passada.
Na declaração oficial, a secretária assistente de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, alegou que Gavidia foi “questionado” por suspeita de agressão e afirmou que não há evidências de que pessoas têm sido alvo por motivo racial. Contudo, suas declarações posteriores mostraram diferentes versões, criando confusão sobre o que realmente ocorreu.
Reflexões e futuro da luta contra o racismo policial
Gavidia afirmou que sua experiência na fronteira mudou sua percepção: “Se isso fosse acontecer realmente, vocês acham que votaríamos? Nós somos humanos, não vamos destruir nossa comunidade.” Sua história ressalta a questão do racismo estrutural na aplicação das leis e o impacto emocional de abordagens injustas.
Especialistas e ativistas continuam a pressionar por maior transparência e responsabilização dos agentes, enquanto organizações como a ACLU reforçam a importância de combater violações dos direitos civis. O caso de Gavidia exemplifica o delicado equilíbrio entre segurança nacional e os direitos dos cidadãos cidadãos, especialmente aqueles pertencentes a grupos marginalizados.