Brasil, 25 de agosto de 2025
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Supporter de Trump compartilha arrependimento após ser detido na fronteira

Homem californiano que votou em Trump revela culpa após ser racialmente perfilado e detido pela patrulha de imigração, mesmo sendo cidadão americano

Jason Brian Gavidia, residente da Califórnia, relatou nesta segunda-feira que se arrepende de ter votado em Donald Trump na última eleição, após sua experiência com a patrulha de imigração em junho. Ele afirmou que foi racialmente perfilado e detido injustamente, mesmo sendo cidadão americano, durante uma ação policial nas Califórnias.

Detenção e relato de racismo na fronteira

Gavidia foi filmado sendo pressionado contra uma cerca de metal e interrogado por agentes da patrulha de fronteira. Em entrevista à KNBC, ele disse: “Eu sou um americano, cara”. O vídeo, divulgado pelo Los Angeles Times, mostra os agentes questionando sua origem e tomando seu telefone, sob alegações de irregularidades.

O homem afirmou que acredita ter sido alvo do procedimento por causa de sua raça. “Acredito que fui racialmente perfilado. Fui atacado porque estava andando com a pele morena. Onde está a liberdade? Onde está a justiça? Vivemos na América”, declarou Gavidia.

Ação judicial contra o perfil racial na imigração

Gavidia faz parte de um grupo de cinco pessoas que representam uma ação civil coletiva movida pela ACLU da Califórnia. A denúncia acusa a administração Trump de realizar abordagens e detenções indiscriminadas e discriminatórias com base na raça durante operações de imigração.

Recentemente, um juiz federal ordenou que a administração parasse essas ações na Califórnia, mas o governo recorreu à Suprema Corte, buscando suspender a liminar. A ação mostra o contexto de tensões sobre o método de abordagens do governo federal nos estados.

Trauma e controvérsia sobre declarações oficiais

Segundo relatos, após a detenção, Gavidia foi questionado agressivamente e seu telefone foi confiscado. Ele saiu traumatizado da experiência, que atribui a uma prática racista por parte dos agentes. Também há confusão acerca do ocorrido, já que a Secretaria de Segurança Interna divulgou declarações contraditórias. Em junho, Tricia McLaughlin afirmou que Gavidia tinha sido preso por agressão, o que posteriormente foi desmentido por ela mesma e por outras autoridades.

McLaughlin, que é subsecretária assistente do Departamento de Segurança Interna, enviou uma nova nota nesta semana afirmando que Gavidia foi preso por agressão e interferência com agentes. HuffPost procurou esclarecimentos adicionais, mas ainda não obteve resposta definitiva.

Reação e questionamentos sobre direitos humanos

Gavidia destacou que sua história evidencia uma questão maior: “Se isso fosse acontecer, vocês acham que votaríamos? Somos humanos. Não vamos destruir nossa comunidade.” Sua experiência reacende debates sobre a legitimidade das ações policiais em operações de imigração e o respeito aos direitos civis de cidadãos americanos de origem latina.

Especialistas e organizações de direitos civis continuam investigando as denúncias de perfil racial e uso desproporcional da força por parte das forças de segurança na fronteira e em outros pontos de controle.

Este caso ilustra os dilemas enfrentados por aqueles que acreditam que suas opiniões políticas não devem justificar violações de direitos fundamentais, reforçando a necessidade de fiscalização e responsabilização das autoridades.

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