Brasil, 20 de agosto de 2025
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Influenciadoras acusadas de racismo são condenadas a 12 anos de prisão

A condenação das influenciadoras Nancy e Kerollen gera alívio entre as vítimas e suas famílias após atos racistas registrados em vídeos.

No último dia 19, a mãe de uma das crianças vítimas dos atos de racismo protagonizados pelas influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira expressou seu alívio com a condenação. As influenciadoras foram sentenciadas a 12 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de R$ 20 mil de indenização a cada uma das vítimas, em um caso que gerou significativa repercussão nas redes sociais e na sociedade brasileira.

O caso que chocou o Brasil

O episódio que levou à condenação das influenciadoras ocorreu em 2023, na cidade de São Gonçalo, localizada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Durante uma dinâmica intitulada “dinheiro ou presente misterioso”, as influenciadoras deram a um menino de 10 anos, que vendia balas na porta de um supermercado, uma banana ao invés da bola que ele esperava, e a uma menina de 9 anos, que havia escolhido um presente misterioso, foi oferecido um macaco de pelúcia. O comportamento das influenciadoras foi registrado e compartilhado nas redes sociais, alcançando milhões de visualizações.

Impacto nas crianças vítimas de racismo

Os efeitos dessas ações nas crianças foram devastadores. O menino, que se imaginava recebendo uma bola, se sentiu humilhado e, após o incidente, enfrentou episódios de racismo na escola, sendo chamado de “macaco” e tendo colegas lhe oferecendo bananas. Sua mãe, Dilcelaine Vieira, afirmou: “Agora eu tô sentindo um alívio, porque a justiça está sendo feita. Eu tô chorando porque o que meus filhos passaram é muito triste. Não desejo pra ninguém, pra ninguém”.

Da mesma forma, a menina também teve mudanças alarmantes em seu comportamento. O relato da mãe apontou que a criança começou a brincar e a falar sozinha, necessitando de acompanhamento psicológico. Ambas as crianças foram profundamente afetadas psicológica e emocionalmente, evidenciando o impacto do racismo em suas vidas.

A decisão da juíza

A sentença foi proferida pela juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo. Em sua decisão, a magistrada não hesitou em criticar os atos das influenciadoras, afirmando que eles “revelam a espúria presunção racista de que pessoas negras devem ser tratadas como se fossem parentes de macacos”. A juíza comparou as ações das influenciadoras a uma “chibata nos pequenos corpos” das crianças, sublinhando que o caso configurava racismo motivado por um intuito recreativo, utilizando a internet para ridicularizar as vítimas negras.

A defesa e os próximos passos

Após a condenação, a defesa de Nancy e Kerollen manifestou seu descontentamento com a decisão judicial. Em nota, afirmaram que “respeitam o Poder Judiciário, mas não concordam com a decisão” e anunciaram a intenção de recorrer da sentença. Essa determinação, no entanto, não diminui o impacto do caso na sociedade, que clama por justiça e igualdade.

Reflexão e conscientização

O caso das influenciadoras serve como um alerta sobre a importância da responsabilidade social, principalmente das figuras públicas que possuem grande influência entre seus seguidores. O tratamento de minorias étnicas precisa ser conduzido com respeito e dignidade, e ações que perpetuam estereótipos raciais devem ser severamente punidas.

A repercussão do caso destaca a necessidade de um debate mais profundo sobre racismo e suas consequências na sociedade, principalmente entre as gerações mais jovens. Enquanto a justiça é feita, cabe a todos refletirmos sobre nossas atitudes e o papel de cada um na luta contra o preconceito e a discriminação. É essencial promover um ambiente onde todos possam se sentir respeitados e valorizados, independentemente de sua cor de pele.

A condenação das influenciadoras Nancy e Kerollen simboliza um passo significativo na busca por justiça e equidade no Brasil, impulsionando um diálogo necessário sobre racismo e suas sequências perturbadoras. A expectativa agora é que essa decisão inspire mudanças positivas e profundas na forma como a sociedade lida com essas questões.

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