A montadora chinesa Great Wall Motor (GWM) já estuda locais para instalar sua segunda fábrica no Brasil, reforçando sua presença na maior economia da América do Sul. A iniciativa ocorre após a inauguração, em agosto, de sua primeira unidade em Iracemápolis, São Paulo, que produz atualmente três modelos, incluindo SUVs e uma picape.
GWM planeja nova fábrica no Brasil para ampliar sua produção e mercado
A primeira fábrica da GWM no Brasil, com capacidade para produzir até 50.000 veículos por ano, foi inaugurada em agosto na unidade de Iracemápolis, adquirida da Daimler AG. O CEO da GWM International, Parker Shi, afirmou que a empresa pretende alcançar uma venda entre 250.000 e 300.000 veículos no país, incluindo unidades locais e importadas.
Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil, revelou que a companhia mantém conversas com entidades de vários estados, incluindo Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Espírito Santo, e avalia alternativas para uma futura expansão, seja construindo uma nova fábrica do zero ou ampliando uma estrutura existente. Uma decisão sobre uma segunda unidade deve ser tomada até meados de 2026.
Possibilidade de ampliação ou construção de nova fábrica
Segundo Bastos, há espaço para uma fábrica maior ou uma nova instalação, com benefícios fiscais regionais, sem necessariamente reutilizar estruturas antigas. A intenção é que essa futura instalação sirva de polo para uma nova linha de veículos, incluindo SUVs menores e picapes compactas, derivados de uma plataforma múltipla.
Enquanto isso, a primeira fase de investimentos na unidade de Iracemápolis, que emprega atualmente cerca de 570 funcionários, incluindo 80 chineses, soma aproximadamente R$ 4 bilhões, parte dos R$ 10 bilhões previstos pela companhia para o país, até 2032.
Foco em tecnologia, eletrificação e mercado regional
Durante a inauguração, a GWM anunciou a criação de seu primeiro Centro de Pesquisa e Desenvolvimento na América do Sul, que contará com mais de 60 técnicos e engenheiros. A equipe desenvolverá produtos adaptados às condições brasileiras, com ênfase na tecnologia flex-fuel.
O objetivo é que as baterias dos veículos tenham pelo menos 35% de conteúdo local, o que facilitará a exportação para o Mercosul a partir de 2027. Bastos destacou que o Brasil tem potencial de servir como laboratório para projetos de inovação da GWM, replicando experiências em outros mercados onde atua na região.
Visão de mercado e competição com marcas chinesas
O diretor afirmou que a preocupação com a competitividade de preços é fundamental, com modelos abaixo de R$ 200 mil sendo prioridade. A estratégia é oferecer veículos com tecnologia avançada, segurança e design atrativo frente à crescente presença de outras marcas chinesas, como BYD, GAC, Omoda e Geely, que também apostam no mercado brasileiro.
Dados recentes da Bright Consulting indicam que as vendas de veículos elétricos no Brasil cresceram 56,3% até julho, totalizando mais de 134 mil unidades no ano, impulsionadas por novos modelos importados e produção local em parceria com a BYD e GWM.
Compromisso do governo e perspectivas futuras
A fábrica de Iracemápolis, que foi anteriormente sede da Mercedes-Benz e agora é ponto de produção da GWM, é vista como um símbolo do empenho da chinesa em fortalecer sua operação no Brasil. Bastos ressaltou que o investimento total no país deve atingir R$ 10 bilhões até 2032.
A expectativa da GWM é que, até 2025, venda cerca de 36 mil veículos no Brasil, um aumento de 23% em relação ao ano anterior. A estratégia de expansão reforça o compromisso da marca com o mercado brasileiro, considerado de grande potencial de crescimento, sobretudo na eletrificação e inovação tecnológica.
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