A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reconheceu um “erro de mobilização” após a recente derrota do governo na instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS. O resultado da votação para a presidência e a relatoria da comissão foi inesperado, com a escolha de opositores ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para os cargos mais importantes. A ministra enfatizou que o governo seguirá em sua missão de garantir que a CPI não seja utilizada para interesses políticos, enfatizando a importância das investigações em curso.
Consequências da derrota na CPI do INSS
A derrota, que ocorreu logo após a instalação da CPI, pegou o Planalto de surpresa. Segundo Gleisi, a prioridade agora é corrigir os erros cometidos na mobilização da base de apoio do governo. “Vamos continuar trabalhando e corrigindo os erros, para que a CPI não seja instrumentalizada”, afirmou a ministra. Ela destacou a importância de que os trabalhos da comissão não interfiram nas investigações e no processo de ressarcimento dos aposentados, que o governo já vem desenvolvendo.
Após o revés, Gleisi Hoffmann convocou uma reunião com os líderes da base governista no Palácio do Planalto. O encontro teve como objetivo analisar as causas da derrota e redefinir a estratégia para os próximos passos. Durante a reunião, os governistas atribuíram a derrota à ausência de parlamentares do MDB, que era parte essencial do apoio esperado para evitar a vitória da oposição.
O que disseram os líderes após a reunião
Após a reunião, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que Gleisi fez uma cobrança direta à base governista, enfatizando que o resultado não foi causado pela falta de votos, mas sim por falhas na coordenação das articulações políticas. “Houve um problema de articulação política, claramente. A base foi surpreendida porque deveria ter se mobilizado mais”, declarou Farias.
Análise do cenário político atual
Além de Farias, outros líderes também alarmaram para a necessidade de uma mobilização mais eficiente. Em suas declarações, o líder ressaltou que “dá para montar uma maioria para conduzir os trabalhos com tranquilidade”. Gleisi, por sua vez, alertou que todos os envolvidos precisam “ficar mais ligados”, citando que a falta de atenção dos líderes contribuiu para o resultado. Contudo, ele também enfatizou que “ninguém tem medo dessa CPI”.
Outro ponto importante a se considerar é que antes da reunião no Palácio do Planalto, o presidente Lula mantinha um encontro informal com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), no Palácio da Alvorada, mas esse encontro não estava previamente agendado.
Reviravolta na CPI do INSS
A instalação da CPI do INSS representou uma reviravolta negativa para o governo. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), de oposição, foi eleito presidente da comissão com 17 votos, superando o candidato apoiado por Lula, Omar Aziz (PSD-AM), que recebeu apenas 13 votos. A escolha do relator também foi desfavorável ao governo, com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) sendo indicado. O candidato preferido do presidente da Câmara, Hugo Motta, era Ricardo Ayres (Republicanos-TO).
A vitória de Viana foi vista como o resultado de articulações realizadas de última hora que garantiram uma margem de três votos à oposição. A CPI foi criada para investigar irregularidades nos descontos indevidos sobre aposentadorias e pensões, um problema que, de acordo com investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), pode ter ocasionado prejuízos superiores a R$ 6,4 bilhões.
Com as novas diretrizes a seguir, o governo brasileira enfrenta um panorama político desafiador, e a atuação da CPI deve ser acompanhada de perto. Gleisi Hoffmann e outros líderes da base terão de trabalhar para reverter essa situação e garantir que as investigações sejam conduzidas adequadamente e sem interferências políticas.
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