Brasil, 21 de agosto de 2025
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Encaminhamento de pinguins-de-magalhães em Ilha Comprida preocupa

Instituto de Pesquisas Cananéia registra mais de 350 pinguins mortos na praia; especialistas alertam sobre ameaças à espécie.

O Instituto de Pesquisas Cananéia (IPeC) emitiu um alerta após registrar um alarmante caso de ‘encalhe em massa’ de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) em Ilha Comprida, litoral de São Paulo. Nos últimos cinco dias, mais de 350 pinguins foram encontrados mortos, apresentando um estágio avançado de decomposição, o que dificulta a determinação da causa da morte.

Fatores que contribuíram para o encalhe

Ainda que a identificação da causa exata da morte dos animais seja inviável, o IPeC levantou algumas hipóteses relacionadas a esse fenômeno. Especialistas sugerem que os pinguins podem ter enfrentado dificuldades alimentares durante a migração, o que poderia tê-los levado a buscar comida em locais inadequados ou em quantidades insuficientes. Além disso, parasitas e quadros infecciosos são possíveis fatores que afetam a saúde das aves.

Outro ponto importante é a interação dos pinguins com a pesca. A competição por alimentos com espécies comerciais, bem como a captura acidental durante as atividades pesqueiras, podem estar contribuindo para a mortalidade dos pinguins na região.

Monitoramento das praias

O IPeC, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), segue monitorando e registrando essas e outras ocorrências nas praias de Iguape, Ilha Comprida e Cananéia. Em caso de avistamento de animais debilitados, a organização orienta a população a entrar em contato pelos telefones (13) 3851-1779, 0800 642 33 41 e (13) 99691-7851 (WhatsApp).

Sobre o pinguim-de-magalhães

O biólogo Eric Comin esclarece que os pinguins-de-magalhães são comuns no Brasil, longe da costa, onde buscam comida. Sua dieta é composta por pequenos peixes, lulas e crustáceos. Uma curiosidade sobre a espécie é que ela foi registrada pela primeira vez pelo explorador português Fernão de Magalhães em 1520.

Essa espécie é equipada com glândulas que ajudam a eliminar excesso de sal, o que é essencial para sua sobrevivência no ambiente marinho. À medida que mergulham em busca de alimento, podem alcançar profundidades de até 50 metros. Contudo, as ameaças à sua sobrevivência são significativas.

Ameaças aos pinguins

Eric Comin menciona que a contaminação marinha é uma das principais ameaças aos pinguins-de-magalhães. O plástico e os derivados de petróleo presentes no oceano são prejudiciais, assim como os produtos químicos que podem acidentalmente ser despejados na água durante a limpeza de porões de embarcações. O contato com o óleo pode prejudicar as penas das aves, dificultando a natação e comprometendo suas temperaturas corporais, levando a problemas de hipotermia e desidratação.

Relembrando avistamentos

Este não é o primeiro caso de pinguins-de-magalhães sendo avistados em situações peculiares na costa paulista. Em julho deste ano, um pinguim foi encontrado por banhistas na Praia da Enseada, em Guarujá. O animal foi resgatado pelo Instituto Gremar e recebeu cuidados no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos.

O recente encalhe em massa, no entanto, acende um alerta sobre a necessidade de atenção às condições ambientais e à convivência equilibrada entre as atividades humanas e a vida selvagem, em especial espécies tão emblemáticas como o pinguim-de-magalhães.

O IPeC e outros serviços ambientais continuam em vigilância, coletando dados que possam ajudar a entender e mitigar as causas dessa triste ocorrência, mas a colaboração da população também é essencial para a conservação desses animais que habitam as nossas costas.

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