A proximidade da eleição de 2024 tem gerado uma movimentação intensa em Pernambuco, estado natal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A disputa pela simpatia do petista entre os políticos locais se intensifica, com a governadora Raquel Lyra (PSD) buscando apoio no governo federal e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), se posicionando como aliado de Lula. O cenário traz à tona a busca de cada um deles por votos e por um ambiente político favorável para garantir suas candidaturas.
A estratégia de Raquel Lyra
Raquel Lyra, que anteriormente era do PSDB, mudou-se para o PSD em março, motivada a se aproximar do governo federal. Esta movimentação foi encorajada por figuras influentes do Partido dos Trabalhadores, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e aliados do partido na Assembleia Legislativa. Ao longo dos últimos meses, a governadora tentou estreitar laços com Lula, comparecendo a eventos e tirando fotos ao seu lado, buscando reforçar sua imagem como uma gestora alinhada ao governo federal.
João Campos se posiciona como protetor de Lula
Enquanto isso, o prefeito do Recife, João Campos, vem aproveitando a ausência de Raquel em compromissos com Lula para se colocar como um fervoroso defensor do presidente. Recentemente, ele declarou sua disposição de ser um “soldado” do petista, afirmando que estaria ao lado de Lula em qualquer passeio no estado. Essa declaração veio durante a entrega de títulos de regularização fundiária na favela de Brasília Teimosa, onde Campos elogiou Lula como o “maior presidente da História do Brasil”.
Ausência de Raquel gera comentários
A ausência da governadora em um compromisso importante com Lula gerou uma série de especulações e críticas. Raquel tinha compromissos previamente agendados no sertão pernambucano, e, segundo aliados, ficou sabendo da visita de Lula apenas na véspera, o que justificou sua decisão de não cancelar a agenda. Ela enviou a vice-governadora, Priscila Krause, como seu representante, mas a situação levantou questionamentos sobre a natureza da relação dela com o presidente.
Adversários de Raquel afirmam que é incomum um governador pernambucano não receber o presidente da República, insinuando que a governadora estaria evitando se associar muito a Lula em um movimento calculado. Além disso, a possibilidade de uma candidatura presidencial do governador do Paraná, Ratinho Júnior, apoiada pelo PSD, pode estar influenciando sua postura.
Desafios políticos de Raquel Lyra
Além da corrida eleitoral, Raquel também enfrenta desafios no cenário político local. Recentemente, a Assembleia Legislativa do estado decidiu pela formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar contratos de publicidade da sua gestão, com a maioria dos membros sendo opositores. Isso coloca mais pressão sobre sua governança e sua imagem política em meio à aproximação das eleições.
Raquel, no entanto, mantém um índice de aprovação moderado, com 51% dos entrevistados afirmando aprovar seu governo, enquanto 44% desaprovam. Apesar disso, a avaliação positiva de João Campos na capital, onde ele foi reeleito no primeiro turno com 78% dos votos válidos, apresenta um obstáculo significativo para a governadora.
Expectativas para a eleição de 2024
Com a aproximação das eleições de 2024, as tensões entre os campos político de Campos e Lyra devem aumentar. A expectativa é que novas pesquisas, como a Genial/Quaest, revelem as intenções de voto da população, oferecendo um panorama mais claro sobre a atual dinâmica política. Dados recentes indicam que João Campos possui 56% das intenções de voto, enquanto Raquel Lyra registra apenas 28%. Este cenário torna a disputa mais acirrada e significativa para o futuro político de Pernambuco e a relação com o PT.
Assim, enquanto João Campos se coloca como um defensor de Lula e busca apoio do presidente, a governadora Raquel Lyra se esforça para manter sua base e superar os desafios que surgem durante o caminho para as eleições de 2024. O estado pernambucano, envolto em uma trama de alianças e estratégias eleitorais, promete ser um centro de atenções na corrida política que se aproxima.