Uma complexa operação para a retirada de veículos do fundo do Rio Tocantins, após o trágico desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, realiza esta semana seu primeiro grande avanço. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em parceria com a Marinha do Brasil, conseguiu içar uma caminhonete que caiu na água em consequência do acidente ocorrido no dia 22 de dezembro de 2024. Este evento marca um importante passo para a recuperação da área afetada e para o alívio das famílias das vítimas, já que a retirada do veículo simboliza o começo do fim de um pesadelo que durou quase oito meses.
O trágico desabamento da ponte
A ponte Juscelino Kubitschek, que unia os estados do Tocantins e do Maranhão pela BR-226, sofreu um colapso devastador no final do ano passado. Na ocasião, 18 pessoas estavam na ponte, resultando em uma tragédia que deixou 14 mortos, uma sobrevivente e três desaparecidos. Os escombros da estrutura, junto com veículos que transitavam no momento do acidente, foram parar no fundo do rio, complicando ainda mais a situação da região. Após a queda, a ponte foi implodida em fevereiro deste ano, mas a recuperação dos veículos submersos continua a ser um desafio significativo.
Operação de resgate e desafios enfrentados
Na quarta-feira, 20 de agosto de 2025, a retirada da primeira caminhonete foi realizada com o apoio de uma equipe de oito mergulhadores e a utilização de balões de reflutuação com capacidade para cerca de cinco toneladas. O departamento destacou a importância do monitoramento da Marinha do Brasil durante todo o processo, o que garantiu a segurança dos envolvidos em uma operação que ainda é classificada como perigosa devido à complexidade do ambiente subaquático.
O DNIT informa que ainda há quatro caminhões e dois veículos de porte médio no fundo do rio, e a previsão é de que a retirada de todos esses veículos leve pelo menos três meses. A realidade é que muitos desses veículos estão soterrados ou presos entre os escombros da ponte, o que torna a operação ainda mais complicada e suscetível a imprevistos.
Impacto ambiental e preocupações
O impacto ambiental da tragédia também é uma preocupação constante. Com motores de caminhões e caminhonetes ainda no leito do rio, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está ativamente envolvido na criação de um relatório sobre a situação. A situação se torna ainda mais alarmante, pois há um total de 1.300 galões de ácido sulfúrico e agrotóxicos que estão nos veículos submersos desde o acidente, levando à necessidade de uma abordagem cautelosa quanto à retirada e descarte desse material.
A complexa recuperação e o futuro da ponte
Além da retirada dos veículos e da preocupação com o ambiente, a construção de uma nova ponte entre o Tocantins e Maranhão também está em andamento, com a estrutura já passando pela metade de sua execução. Contudo, enquanto isso é positivo, a recuperação total da área impactada e o retorno à normalidade nas vidas das pessoas afetadas levará tempo. A recuperação dos veículos, a poda do material poluente no rio e a necessidade de garantir que o ambiente não seja mais prejudicado são prioridades das autoridades locais.
A importância do apoio comunitário
O vereador de Aguiarnópolis, Elias Júnior, que acompanhou de perto todo o processo de resgate, expressou em suas redes sociais a esperança de que a situação melhore para as famílias que ainda buscam respostas sobre os desaparecidos. A comunidade uniu-se em torno da busca de justiça e esclarecimentos sobre o colapso da ponte, que até agora não teve todas as causas oficialmente respondidas.
A tragédia do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek foi um evento que não só abalou emocionalmente a região, mas também levantou questões significativas sobre a segurança e a infraestrutura das estradas brasileiras. Enquanto os trabalhos de resgate continuam, a esperança é de que o futuro traga respostas e reparações para as vítimas e suas famílias, além de um compromisso renovado com a segurança das vias de transporte em todo o país.
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