Brasil, 24 de agosto de 2025
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Câmara dos Deputados aprova urgência do PL da adultização

A Câmara dos Deputados aprovou o PL da Adultização, que visa proteger crianças e adolescentes nas redes sociais.

No dia 19 de agosto, a Câmara dos Deputados tomou uma decisão significativa ao aprovar, em regime de urgência, o Projeto de Lei (PL) nº 2.628/2022, conhecido como PL da “Adultização”. Este projeto visa tratar da presença de crianças e adolescentes nas redes sociais, priorizando a segurança e o bem-estar dos jovens usuários em um ambiente virtual cada vez mais complexo e perigoso. A proposta será votada novamente nesta quarta-feira (20/8) após discussão em comissão geral, refletindo a sua importância para a sociedade brasileira.

O que é a adultização?

O termo “adultização” ganhou notoriedade recentemente, em parte devido a um vídeo do youtuber Felipe Breassanim Pereira, ou Felca, que denunciou a situação de crianças e adolescentes que assumem papéis geralmente atribuídos a adultos. Embora a adultização esteja frequentemente associada à sexualização infantil, o conceito se expande para outras áreas da vida dos jovens. A importância do tema foi reconhecida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, que enfatizou a urgência da questão em suas redes sociais.

Pontos principais do PL da adultização

O projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-ES), estabelece uma série de diretrizes para que as redes sociais ofereçam aos responsáveis legais ferramentas eficazes para monitorar e gerenciar a atividade de crianças e adolescentes na internet. A relatoria na Câmara é de responsabilidade do deputado federal Jadyel Alencar (Republicanos-PI).

Controle parental e ferramentas de segurança

Entre as principais medidas propostas, destacam-se:

  • Acesso a mecanismos que possibilitem o bloqueio de conteúdos específicos;
  • Restrição na comunicação direta entre adultos e menores;
  • Limitação do tempo de uso das plataformas;
  • Criação de contas para crianças, vinculadas aos perfis dos responsáveis legais, para maior supervisão.

Essas mudanças visam proporcionar um espaço mais seguro para que os jovens possam explorar o mundo digital sem o risco excessivo de exposição e exploração.

Divisão de opiniões entre parlamentares

Embora amplamente apoiado pela base governista, o PL enfrenta críticas de deputados da oposição, que argumentam que a propostas serve como um pretexto para aumentar a regulação das redes sociais. Uma parte significativa dos parlamentares, principalmente os que seguem a linha bolsonarista, manifestou protesto contra a adoção da votação simbólica, na qual não há contagem nominal de votos, questionando a transparência da decisão.

Exigências para proteção infantil nas redes

O projeto define diversas obrigações para provedores de tecnologia, como:

  • Prevenir a exposição de menores a conteúdos impróprios como violência física, exploração sexual e bullying virtual;
  • Informar os responsáveis legais sobre riscos e mecanismos de segurança para acesso a conteúdos considerados adultos.

Além disso, os pais terão a capacidade de controlar as configurações de privacidade e a interação dos menores com outros usuários, buscando proteger a integridade e o bem-estar das crianças.

O papel do Poder Executivo

Outra parte crucial do projeto atribui ao Poder Executivo a responsabilidade de regulamentar as diretrizes necessárias para os mecanismos de controle parental. Essas medidas devem ser guiadas pelo “melhor interesse de crianças e adolescentes”, levando em consideração a autonomia progressiva dos jovens conforme sua idade. As empresas deverão submeter suas propostas de controle parental à validação do Executivo, mas essa submissão não será condição essencial para que as ferramentas sejam disponibilizadas ao público.

Punições e penalidades para descumprimento

O PL também estabelece sanções para plataformas que não cumprirem os requisitos estabelecidos, que incluem:

  • Advertência, com prazo de 30 dias para ajustes;
  • Multas que podem variar de R$ 10 a R$ 1.000 por usuário, com limite de R$ 50 milhões por infração;
  • Possibilidade de suspensão temporária das atividades;
  • Proibição de funcionamento no Brasil.

Essas sanções serão definidas levando em conta fatores como a gravidade da infração e o impacto social das empresas. Para as companhias estrangeiras, suas filiais no Brasil podem ser igualmente responsabilizadas.

Com a previsão de que os valores arrecadados sejam destinados ao Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente, a proposta reflete um compromisso do legislativo brasileiro em garantir um ambiente mais seguro para as novas gerações. Com a votação se aproximando, a expectativa é que o debate continue a reverberar por toda a sociedade, envolvendo pais, políticos e especialistas na segurança digital.

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