Brasil, 20 de agosto de 2025
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Bancos estudam cancelar contas de alvos da Magnitsky após decisão do STF

Bancos brasileiros consideram cancelar contas de pessoas sob sanções após decisão que exige aprovação prévia do STF para bloqueios.

A decisão recente do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que determina que qualquer bloqueio de ativos ou contas de brasileiros deverá ter autorização prévia da Corte, gerou inquietação entre grandes bancos com atuação no Brasil. Há uma possibilidade crescente de que essas instituições financeiras venham a cancelar unilateralmente as contas de indivíduos que estão sob os efeitos da Lei Magnitsky, incluindo o ministro Alexandre de Moraes, uma medida que visa contornar os impactos dessa nova diretriz.

A Lei Magnitsky e seus efeitos no Brasil

A Lei Magnitsky, que visa punir indivíduos por violações de direitos humanos e corrupção, já impactou a dinâmica das relações financeiras internacionais, especialmente em países como o Brasil. O temor amplificado entre banqueiros sobre as sanções impostas pelos Estados Unidos a Moraes levou à discussão de estratégias limitativas dentro do setor, uma vez que a ordem de Dino cria um impasse sobre como essas sanções devem ser aplicadas.

Um parecer interno do banco BTG Pactual, que logo circulou na Faria Lima, revelou que a possibilidade de cancelamento de contas como forma de evitar complicações legais está sendo considerada com seriedade. Isso ocorre em um cenário onde a aplicação de sanções pelos Estados Unidos pode resultar em consequências severas para os bancos brasileiros, incluindo multas exorbitantes.

A tensão entre o STF e o setor financeiro

A situação atual é marcada por um clima de tensão crescente entre o STF e as instituições financeiras. A decisão de Dino, além de gerar incertezas sobre a eficácia das sanções, provoca a necessidade de os bancos se anteciparem a possíveis reações adversas e a interpretações conflitantes das leis que podem obrigá-los a desobedecer às ordens estrangeiras.

Os bancos estão preocupados com a possibilidade de que se torne necessário acatar ordens do STF que levem ao descumprimento das sanções americanas. Essa possibilidade apareceu como um grande risco a ser mitigado, levando muitos deles a avaliar a plausibilidade de um encerramento preventivo de contas antes que qualquer notificação formal de bloqueio seja feita.

O cenário atual e as considerações dos bancos

Os banqueiros argumentam que encerrar ou segregar contas por decisão própria é legal, enquanto fazê-lo em resposta a ordens estrangeiras é um campo onde a ilegalidade pode ser questionada. Um informe do BTG destaca que “mitigar o risco de sanções secundárias nos EUA justifica encerrar ou segregar contas quando houver risco concreto de enquadramento como ‘facilitador'”. Esse enfoque sugere que, mesmo antes de qualquer ação judicial formal, as instituições financeiras estão buscando se proteger contra potenciais sanções.

Contudo, os analistas da Faria Lima observaram que tal abordagem simplesmente reduziria, mas não eliminaria, as consequências advindas do caso específico de Moraes. A recente retaliação do governo Trump, que caracterizou Moraes como “tóxico” em suas comunicações, só intensificou a preocupação entre os bancos sobre as possíveis repercussões de suas ações.

Reflexões sobre o futuro da legislação e o sistema financeiro

As incertezas geradas pela decisão de Dino também levantam questões sobre o alcance real das restrições impostas pelos EUA, especialmente após sua implementação automática pelos bancos em todo o mundo. Na prática, os bancos brasileiros devem implementar essas sanções, desde restrições sobre contas bancárias até a gestão de contratos e linhas de crédito, algo que pode ter um impacto severo se não for gerido corretamente.

Além disso, em uma recente reunião entre membros do STF e banqueiros, ficou evidente que os magistrados foram alertados sobre as dificuldades práticas de operar sob as novas diretrizes, com um alerta claro de que o não cumprimento das sanções americnas poderia representar um golpe significativo nos negócios das instituições financeiras em um cenário global interligado.

Enquanto a situação se desenvolve, muito permanece indefinido quanto ao futuro das sanções, e como os bancos vão navegar nesse novo terreno desafiador apresentado pela decisão do STF. As próximas semanas e meses serão cruciais para determinar como essas diretrizes serão aplicadas e quais medidas os bancos irão adotar em resposta.

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