A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, mostra que a distância entre os brasileiros que aprovam (46%) e desaprovam (51%) o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu pela metade em um mês, passando de dez para cinco pontos percentuais. Este resultado confirma uma tendência de recuperação na avaliação da gestão petista, que já havia sido observada na pesquisa realizada em julho, e representa a maior aprovação desde janeiro, quando a aprovação atingiu 47%.
Avaliação do governo entre os cidadãos
Os dados da pesquisa indicam que 39% dos entrevistados veem a gestão de Lula como negativa, enquanto 31% a consideram positiva e 27% a classificam como regular. Outros 3% não souberam ou não responderam à pergunta. Para chegar a essas conclusões, foram realizadas 12.150 entrevistas presenciais com brasileiros de 16 anos ou mais, entre 13 e 17 de agosto, em oito estados que representam 66% do eleitorado nacional.
Regiões em destaque
Nos últimos meses, a aprovação do governo Lula experimentou um aumento significativo entre setores que tradicionalmente apoiam o petismo, como mulheres e cidadãos do Nordeste. A aprovação entre as mulheres, por exemplo, subiu de 46% a 48%, reduzindo a distância para a desaprovação, que agora é de 49%.
No Nordeste, a aprovação subiu de 53% para 60%, consolidando uma diferença de 23 pontos percentuais sobre a desaprovação. Em estados como a Bahia e Pernambuco, a aprovação cresceu consideravelmente: na Bahia, avançou de 47% para 60%, enquanto em Pernambuco passou de 49% para 62%. A desaprovação, por outro lado, registrou queda, passando de 51% para 39% na Bahia e de 50% para 37% em Pernambuco.
Apoio entre grupos socioeconômicos
Os mais pobres, que têm renda de até dois salários mínimos, também demonstram um aumento na aprovação ao governo, que agora está em 55%, com uma desaprovação de 40%. O levantamento anterior indicava um empate técnico nesse segmento. Além disso, entre aqueles com educação inferior ao Ensino Fundamental, a aprovação subiu de 51% para 56%, e a desaprovação diminuiu de 42% para 40%.
Recuperação entre católicos e beneficiários do Bolsa Família
Os dados revelam que a gestão de Lula recuperou a confiança também entre católicos (54%) e beneficiários do programa Bolsa Família (60%), onde a diferença entre aprovação e desaprovação passou de 5 para 23 pontos percentuais.
Quando questionados sobre se Lula realiza um governo melhor que o de Jair Bolsonaro, 43% dos brasileiros responderam que sim — um aumento em relação aos 40% da pesquisa anterior. Apesar disso, a porcentagem que considera o governo de Lula inferior caiu de 44% para 38%.
Fatores que influenciam a percepção pública
A percepção da economia e do custo de vida também parece estar influenciando a aprovação do governo. A Quaest destaca a queda na inflação dos alimentos, uma questão que afeta diretamente o orçamento das famílias brasileiras. De acordo com a pesquisa, a percepção de alta nos preços baixou de 76% para 60% em apenas um mês, enquanto 20% acreditam que os preços permanecem os mesmos e 18% sentem que os preços diminuíram.
Os dados sobre o poder de compra também mostram um leve recuo — de 80% para 70% — na percepção de que ele é menor do que há um ano. A expectativa para os próximos meses se divide: 40% acham que a situação vai piorar, enquanto outros 40% acreditam que ela vai melhorar.
“A percepção do comportamento dos preços trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Além disso, a postura firme de Lula diante das pressões externas foi vista como um sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Esses fatores ajudam a explicar o avanço na aprovação de sua gestão neste momento,” analisou Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Esse aumento na aprovação do governo Lula reflete não apenas uma mudança temporária de humor dos eleitores, mas uma resposta às ações e políticas que impactam diretamente a vida da população, principalmente nas áreas mais sensíveis à economia e à inflação.