No coração de Bariri, São Paulo, um projeto inovador está transformando as sextas-feiras dos alunos da Apae em um verdadeiro estúdio de filmagem. Sob a direção do arte-educador Ricardo Rodrigues, as atividades manuais se entrelaçam com arte, cinema e terapia, culminando na produção de um curta-metragem intitulado “O Menino, o Vô e o Valor”. Essa iniciativa, que integra mais de 100 alunos, visa não apenas entreter, mas também desenvolver habilidades essenciais e promover a inclusão social.
Um projeto que faz a diferença
Ricardo Rodrigues, residente em Jaú (SP), realiza gratuitamente oficinas na Apae de Bariri, onde os alunos são envolvidos em todas as etapas do processo criativo. Desde a montagem e fotografia até a composição da trilha sonora e a pesquisa para a produção do curta, todos têm a oportunidade de aprender e contribuir. O filme de 15 minutos, produzido em animação stop motion, ilustra a vida de Pio, um menino de oito anos que vive nas ruas como catador de papelão, sonhando em ter uma vida plena ao lado do avô Ded e de seu fiel cachorro, Bido.
Temas abordados no curta
No enredo, o avô representa a sabedoria popular e a herança afetiva, destacando valores como respeito e honestidade. Pio, por sua vez, simboliza a infância resiliente que persiste em meio ao abandono social. Essa narrativa rica é uma vitrine para discutir e refletir sobre a inclusão e as diferenças, reforçando a importância do afeto e da lealdade, personificados na figura do cachorro Bido.
A influência do projeto na vida dos alunos
A coordenadora de Serviço Social da Apae de Bariri, Sonia Maciel, vê o impacto positivo das oficinas não apenas como atividades recreativas, mas como um agente de transformação na vida dos alunos. “Desde a primeira peça, o crescimento deles em relação à preparação, o material e, depois, ver o filme pronto, é uma riqueza de valores para eles”, observa. Para muitos alunos, essa experiência tem um significado profundo, abordando questões de inclusão e aceitação das diferenças.
Depoimentos que emocionam
Os alunos estão sentindo os efeitos positivos do projeto. Everaldo Custódio compartilha, “Desde que começamos, isso foi um aprendizado. Não só para mim, mas para os meus amigos todos aqui”. Já Marcelo da Silva expressa sua transformação pessoal: “O projeto está evoluindo muito. Eu não falava muito e, agora, estou falando, e isso, no dia a dia, para nós, é uma beleza.” Os depoimentos ressaltam como a iniciativa vai além do aprendizado técnico, promovendo autoconfiança e habilidades sociais essenciais.
Exibições e impacto na comunidade
Quando finalizado, o curta-metragem terá quatro exibições presenciais e gratuitas em Bariri, Boracéia, Pederneiras e Jaú, atingindo cerca de 600 pessoas. Isso representa não apenas uma oportunidade de entretenimento, mas também um espaço de reflexão e conversa acerca da inclusão e da diversidade.
Em um mundo onde a inclusão social ainda é um desafio, iniciativas como a de Ricardo Rodrigues são fundamentais para demonstrar que a arte pode servir como um poderoso catalisador de mudanças. Com a produção de “O Menino, o Vô e o Valor”, alunos da Apae de Bariri não apenas aprenderam sobre animação e cinegrafia, mas também sobre respeito, amizade e a beleza das diferenças.
O projeto ressalta que cada aluno é uma história única e que, juntas, essas histórias podem transformar o olhar da sociedade sobre o que significa ser diferente. Assim, a Apae de Bariri não é apenas um espaço de apoio, mas sim um lugar que gera esperança e sonhos por meio da arte.
Para mais informações e para acompanhar o progresso desse projeto inspirador, fique atento às divulgações e eventos que estão por vir!
