Brasil, 20 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Alexandre de Moraes concentra 99,58% dos mandados de prisão em aberto do STF

Levantamento revela que 235 dos 236 mandados expedidos pelo STF estão sem cumprimento, com Moraes liderando as ordens.

Um levantamento realizado pelo Metrópoles a partir de dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) revelou um dado alarmante: dos 236 mandados de prisão expedidos por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que permanecem em aberto, 235, ou seja, 99,58%, foram assinados pelo ministro Alexandre de Moraes. Somente um mandado, equivalente a 0,42%, foi expedido pelo ministro Luiz Fux.

Informações do levantamento

Essas informações, que foram coletadas pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluem mandados expedidos por todos os tribunais do Brasil. A lista é composta por nomes que são considerados foragidos, excluindo aqueles que já cumpriram a prisão. No caso específico do STF, a grande maioria das ordens não cumpridas foram determinadas por Moraes.

Os mandados mais recentes e notáveis

O mandado mais recente expedido por Moraes foi para Diego Dias Ventura, identificado como uma das lideranças do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Ele foi condenado a 14 anos, mas rompeu a tornozeleira eletrônica logo após a sentença proferida pela Corte no início de julho.

Além de Ventura, a lista também inclui Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Atualmente, Léo está na Argentina, com a prisão preventiva decretada por Moraes em relação aos eventos de 8 de janeiro. A Polícia Federal (PF) também confiscou seu passaporte.

Outro dado curioso do levantamento é que o mandado mais antigo expedido por Moraes ainda não cumprido também se relaciona aos eventos do dia 8 de janeiro. Marcos Alexandre Mataveli de Morais, ex-vice-prefeito de Pancas (ES), teve sua prisão decretada em julho de 2023 e continua foragido.

Contexto dos mandados de prisão

A importância desses números é evidente, uma vez que, antes dos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, as ações penais no STF eram bastante raras. Isso se dava por diversos fatores, incluindo a restrição da competência constitucional e barreiras processuais. Tradicionalmente, a Corte se limitava a julgar somente autoridades com prerrogativa de foro, como presidentes da República, ministros e parlamentares, o que resulta que a maioria dos crimes comuns ficava sob a responsabilidade da primeira instância.

Entretanto, os casos decorrentes dos eventos do dia 8 são tratados no STF devido ao ataque direto à Corte e às outras instituições, além das conexões com investigações que já tramitavam no tribunal envolvendo figuras com foro privilegiado.

Mandado de Fux

O único mandado em aberto expedido por Luiz Fux, por sua vez, é o mais antigo entre os outros ministros. Em dezembro de 2018, Fux determinou a prisão preventiva de Paolo Colliva, cidadão italiano acusado de tráfico de drogas na região de Milão. Embora o processo não esteja acessível para consulta, a ordem de Fux prevê a prisão preventiva e a posterior extradição do foragido. Até o momento, o Metrópoles não conseguiu localizar informações adicionais sobre Colliva.

Esses dados revelam uma concentração alarmante de mandados de prisão em aberto, levantando questões sobre a eficácia da justiça no país e os desafios enfrentados pelas autoridades no cumprimento dessas ordens. O cenário atual destaca a necessidade urgente de uma resposta eficaz para garantir a ordem e a justiça.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes