Brasil, 19 de agosto de 2025
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SoftBank compra US$ 2 bilhões em ações da Intel

A japonesa SoftBank investe quase US$ 2 bilhões na fabricante de chips, fortalecendo sua presença no setor de tecnologia dos EUA.

A SoftBank anunciou na noite de segunda-feira a compra de US$ 2 bilhões em ações da Intel, numa tentativa de ampliar sua participação na fabricante de chips que enfrenta dificuldades em se manter relevante no setor de inteligência artificial (IA). A operação surpreendeu o mercado, pois a firma japonesa passou a ser a sexta maior acionista da Intel, com uma participação de pouco menos de 2%, segundo informações oficiais.

Investimento estratégico reforça aposta na recuperação da Intel

Com o acordo, a SoftBank pagará US$ 23 por ação, uma leve redução em relação ao último fechamento do papel na bolsa de Nova York. O movimento é visto como um voto de confiança na fabricante americana, que busca retomar sua liderança na indústria de semicondutores após dificuldades de competir com a TSMC e a Nvidia. “Este investimento estratégico reflete nossa convicção de que a fabricação e o fornecimento avançados de semicondutores continuarão a expandir-se nos Estados Unidos, com a Intel desempenhando papel fundamental”, afirmou Masayoshi Son, fundador e CEO da SoftBank.

O negócio ocorreu dias após uma série de conversas entre Son e o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, sobre a aquisição da divisão de fabricação de chips por contrato da fabricante americana. As negociações, que começaram após a nomeação de Tan em março, indicam um esforço conjunto para fortalecer a capacidade de produção da Intel nos EUA e competir melhor contra líderes globais do setor.

Reação do mercado e impacto no setor de tecnologia

As ações da Intel dispararam mais de 5% após o anúncio, refletindo a confiança do mercado na estratégia de recuperação da companhia. Por sua vez, a SoftBank viu suas ações caírem até 5,4% nesta terça-feira na Bolsa de Tóquio, a maior queda desde abril. A operação marca uma entrada decisiva da SoftBank na indústria de semicondutores sob uma perspectiva mais ampla de investimentos em IA, que inclui participações na Nvidia e Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSM).

Segundo fontes familiarizadas, o momento da compra, dias após reuniões envolvendo Trump e o CEO da Intel, tem gerado suspeitas de que questões políticas possam ter influenciado o negócio. Ainda assim, uma fonte do governo japonês afirmou que o investimento na Intel não faz parte do pacote de US$ 550 bilhões prometidos por Tóquio para investir nos EUA, enquanto outra revelou que a decisão da SoftBank não estaria ligada às políticas de Trump.

Perspectivas de fortalecimento na indústria de chips

Para o governo dos EUA, especialmente sob a gestão Trump, a recuperação da Intel representaria uma forma de manter capacidade produtiva de chips de ponta nos Estados Unidos, ajudando a criar empregos e fortalecer a autonomia tecnológica. A compra da SoftBank amplia também a presença da japonesa na América, em meio às tensões comerciais e à corrida por liderar a inovação em IA, robótica e energia.

Conforme analistas, a movimentação reflete uma busca por diversificar os investimentos da SoftBank em tecnologia, aproveitando o potencial de crescimento nos EUA. O fundador do grupo, Masayoshi Son, mantém desde 2022 conversas sobre possíveis aquisições na área de fabricação de chips, e a compra das ações da Intel reforça sua estratégia de construir uma infraestrutura completa para IA.

Desafios e próximos passos

A Intel enfrenta dificuldades em atrair clientes externos para sua divisão de fundição, mesmo após anunciar investimentos bilionários na construção de novas fábricas. A parceria com a SoftBank, que possui participações estratégicas e busca expandir suas operações em IA e data centers, pode ser um passo importante para a recuperação da fabricante americana.

Por ora, o foco está na consolidação da parceria e na possível aquisição de uma participação maior, com discussões em andamento sobre futuras operações envolvendo o segmento de fundição da Intel e sua capacidade de competir mundialmente. A colaboração também acontece num momento de tensões geopolíticas e de guerra comercial, incluindo debates acerca da exportação de chips e a influência de políticas de Trump no setor.

A Intel prevê ainda receber cerca de US$ 10,9 bilhões em subsídios do governo americano para ampliar sua produção e competir com gigantes como a TSMC e a Samsung, além de explorar novas frentes de inovação na fabricação de semicondutores.

A expectativa é que, com a entrada da SoftBank, a recuperação da Intel ganhe impulso, apoiada por uma estratégia de investimentos focada em tecnologia de ponta e na consolidação de sua posição no mercado mundial de chips.

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