Brasil, 19 de agosto de 2025
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Projeto de lei proíbe descontos sindicais em aposentadorias do INSS

Presidente da Câmara, Hugo Motta, coloca em pauta projeto que visa proibir descontos para entidades sindicais de aposentadorias no INSS.

Nesta terça-feira (19 de agosto), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou o Projeto de Lei 1546/2024, que visa proibir qualquer desconto destinado a entidades sindicais nas aposentadorias administradas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Esta decisão vem em um contexto delicado, já que a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes na Previdência está prevista para acontecer nesta quarta-feira (20/8).

Contexto e Motivações do Projeto

A iniciativa legislativa surge após a revelação de fraudes significativas em aposentadorias públicas, que somaram aproximadamente R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos por parte de entidades sindicais, conforme reportado pelo Metrópoles. O escândalo levou ao afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e à renúncia do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

O relator do projeto, deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE), apresentou seu parecer na noite anterior à votação, no qual decreta a proibição total das cobranças de mensalidades associativas por meio das folhas de pagamento do INSS. O deputado argumenta que a utilização de recursos para essas transações compromete a capacidade do INSS em oferecer proteção previdenciária adequada. Segundo ele, não é função do instituto atuar como intermediário nas relações privadas entre beneficiários e sindicatos.

Responsabilidade dos Sindicatos e Restituição de Descontos

Outra medida incluída no projeto exige que os sindicatos que não reconhecerem os descontos realizados devolvam o valor aos beneficiários em até 30 dias. Na ausência desse ressarcimento, o INSS será responsável por restituir os valores descontados, assegurando assim que os aposentados não sejam prejudicados financeiramente. É importante destacar que essa nova regra não se aplica a casos que estão sendo analisados, incluindo planos de restituição apresentados pelo Ministério da Previdência.

Instalação da CPMI e Implicações Políticas

A CPMI do INSS, que será instalada no Congresso Nacional na quarta-feira, terá como presidente o senador Omar Aziz (PSD-AM) e será relatada pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO). O grupo vai contar com 16 representantes de cada casa legislativa e terá um prazo de até 180 dias para concluir a investigação em torno das fraudes.

Vale ressaltar que a criação da CPMI foi articulada pela oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e suas investigações podem representar novos desafios para a gestão atual, dado que ministros e representantes de sindicatos mencionados nos desvios poderão ser convocados para prestar esclarecimentos.

O pedido para a criação da comissão foi proposto pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MS), que foi cogitada para a relatoria. A iniciativa conseguiu um apoio significativo, com 223 deputados e 36 senadores assinando o requerimento. Sob pressão política, a base governista decidiu abraçar a proposta, tentando dissociar o governo Lula dos casos investigados, considerando que parte dos descontos ocorreu antes do retorno do ex-presidente ao cargo.

O desfecho dos trabalhos da CPMI e as implicações do Projeto de Lei 1546/2024 poderão ter um impacto significativo não apenas nas políticas previdenciárias, mas também no cenário político nacional, já que destacam questões cruciais sobre a relação entre o governo e entidades sindicais.

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