O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, irá ao Brasil na próxima semana para uma reunião com a Chiquita Brands, visando um acordo que permita a retomada das operações da companhia no país. A empresa encerrou suas atividades no Panamá após uma greve e demitiu todos os seus funcionários na região de Bocas del Toro, como consequência dos protestos que paralisaram a produção.
Crise na indústria bananeira e impacto social
A Chiquita, que empregava mais de 6.000 trabalhadores na localidade de Changuinola, foi forçada a demitir seus funcionários após protestos de trabalhadores e sindicalistas que bloquearam vias e provocaram desabastecimento na região. Segundo o sindicato local, ações judiciais estão sendo apresentadas contra a empresa por possíveis irregularidades nas demissões e violações aos direitos trabalhistas.
O Ministério do Comércio e Indústrias do Panamá, representado pelo ministro Julio Moltó, afirma que o governo espera fechar um acordo com a companhia após a reunião no Brasil, marcada para a partir de 28 de agosto. “Se tudo correr bem, em setembro ou no final deste mês já teremos boas notícias”, afirmou Moltó, que também destacou que as conversas com a Chiquita estão avançando positivamente.
Perspectivas de recuperação e alternativas da empresa
Segundo Moltó, a Chiquita está avaliando as perdas decorrentes da greve e estudando formas de contratar novamente os trabalhadores. A companhia também solicitou garantias de que as rotas de transporte não sejam bloqueadas em caso de novos protestos. As ações judiciais contra a empresa ainda estão em tramitação, e o líder sindical Francisco Smith criticou as demissões, afirmando que “não podem tomar essas ações de forma arbitrária”.
Contexto de conflitos e impactos econômicos
Os protestos começaram no final de abril, quando trabalhadores bananeiros se manifestaram contra uma reforma na previdência que reduziu benefícios. Após negociações, alguns direitos foram restabelecidos, mas as tensões continuaram, provocando bloqueios em mais de quarenta pontos na província de Bocas del Toro. O impacto econômico da greve é significativo, com perdas estimadas em mais de 75 milhões de dólares, cifras que alguns veículos elevam a mais de 100 milhões.
O governo panamenho atua para resolver o conflito e promover o retorno da Chiquita ao país, buscando evitar maiores prejuízos à economia local e às comunidades afetadas na região de Bocas del Toro. A expectativa é que o acordo com a empresa possa ser concretizado nos próximos meses, trazendo estabilidade e retomada das operações.
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