Brasil, 20 de agosto de 2025
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Governo de SP promete quase dobrar psicólogos em escolas estaduais

O aumento do número de psicólogos nas escolas é visto como uma medida essencial para melhorar o atendimento aos estudantes.

O governo de São Paulo anunciou a intenção de dobrar o número de psicólogos em escolas estaduais até o final do ano, através do programa Conviva, criado em 2019. A ação visa reduzir os casos de violência e aprimorar o ambiente escolar, uma necessidade crescente em face de eventos trágicos ocorridos no estado.

A situação atual do atendimento psicológico nas escolas

Atualmente, o programa Conviva conta com 689 psicólogos para atender mais de 5 mil escolas estaduais, o que equivale a uma média de responsabilidade de 8 unidades por profissional. Isso restringe significativamente o acesso dos alunos ao atendimento psicológico, evidenciando uma carência alarmante. Especialistas afirmam que a ampliação do número de psicólogos é crucial para garantir que um maior número de estudantes tenha acesso ao suporte necessário.

“Até o fim do ano, devemos ter cerca de mil profissionais”, declarou Vinícius Neiva, secretário-executivo da Educação. Essa expansão é uma tentativa de melhorar as condições atuais, onde muitos alunos, como o estudante Luckas Assalin Fernandes, relatam a ausência total de atendimento psicológico. Luckas, 16 anos, comentou: “No início do ano, teve esse acompanhamento com psicólogos, mas foi uma coisa que foi sumindo. Hoje em dia a gente não ouve nem falar.”

Impactos da falta de psicólogos nas escolas

Dados do Censo Escolar 2023 revelam que apenas 25% das escolas estaduais têm acesso a apoio psicológico. Apesar de São Paulo ser o estado mais rico do Brasil, ocupa apenas a quinta posição no que diz respeito ao número de psicólogos na rede estadual. Essa discrepancy gera preocupações sobre a saúde mental e o bem-estar dos alunos, especialmente considerando a recente onda de violência nas instituições de ensino.

O programa Conviva foi lançado em resposta a um ataque trágico na Escola Raul Brasil em Suzano, e ganhou novas diretrizes após o trágico assassinato da professora Elisabete Terneiro em 2023. A necessidade de melhorar a convivência e a proteção escolar é mais urgente do que nunca.

Desafios enfrentados pelos psicólogos

Psicólogos que trabalham sob o programa Conviva descreveram a sobrecarga de trabalho e a falta de apoio especializado. Muitos relatam que a distância entre as escolas limite sua capacidade de atender os alunos efetivamente. Um psicólogo, que pediu para não ser identificado, disse: “Estamos sobrecarregados e não conseguimos dar a atenção necessária a todos os alunos. A falta de informações específicas sobre cada escola dificulta ainda mais nosso trabalho.”

Além disso, a situação se torna mais crítica quando se observa que um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) indicou um aumento significativo de casos de bullying e consumo de álcool e cigarro entre os estudantes. O uso de drogas ilícitas subiu mais de 120% entre 2022 e 2024, um sinal claro de que a abordagem atual precisa ser revista.

Fiscalização e medidas futuras

Diante das denúncias e da situação alarmante, o deputado Paulo Fiorilo (PT) protocolou uma representação no Tribunal de Contas, solicitando uma investigação sobre a efetividade do programa Conviva. O TCE já sinalizou que pretende realizar sua fiscalização, assim como faz com estruturas públicas que apresentam problemas de infraestrutura.

Germano Fraga Lima, diretor-geral do TCE, afirmou: “É uma ação que permite uma correção de rota. Não estamos aqui para oprimir, mas para contribuir com o desenvolvimento das políticas sociais do estado.” Essa assertiva reflete a urgência de ações concretas e efetivas para a melhoria da saúde mental no ambiente escolar.

O compromisso do governo de São Paulo em quase dobrar o número de psicólogos nas escolas é um passo importante, mas os desafios são muitos e exigem um trabalho contínuo e conjunto para garantir que os estudantes tenham acesso ao apoio emocional e psicológico de que precisam.

A ampliação do programa Conviva é uma esperança para muitos alunos, mas é fundamental que seja implementada de maneira eficaz, para que os benefícios cheguem a todos os que necessitam de suporte. O próximo passo é assegurar que essa mudança resulta em um ambiente escolar mais saudável e seguro.

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