O ministro Edson Fachin, eleito para presidir o Supremo Tribunal Federal (STF) no biênio 2025-2027, se despediu da Segunda Turma em uma sessão marcada por emoção e reconhecimento. A cerimônia ocorreu na terça-feira (19/8), um mês antes de sua posse, que está marcada para o dia 29 de setembro.
Despedida com agradecimentos e reflexões
Durante sua fala de despedida, Fachin exibiu um tom de gratidão e reflexão sobre os anos em que integrou a Segunda Turma. “Esta é a minha última sessão neste colegiado de que tenho o genuíno orgulho de fazer parte. Agradeço aos eminentes ministros e à ministra Cármen Lúcia, pela fidalguia e pelo companheirismo destes anos”, expressou o ministro, lembrando de suas interações com os colegas.
O novo presidente do STF enfatizou a importância da coletividade e do diálogo em um tribunal que, segundo ele, “é muito maior do que cada uma de suas partes deixa revelar”. Ele mencionou ainda a natureza colegiada do Supremo, ressaltando que o desacordo é parte do processo e que o voto é a solução para divergências.
“A missão parece realmente difícil, mas ela se faz possível porque não a terei sozinho: conto, como testemunhei nestes mais de 8 anos aqui, com o ombro amigo capaz de suportar o peso do mundo”, afirmou Fachin, sublinhando a importância da camaradagem no ambiente judiciário.
Reconhecimento dos colegas
A despedida de Fachin foi também marcada por homenagens de seus colegas de tribunal. O presidente da Turma e decano do Supremo, ministro Gilmar Mendes, destacou a contribuição “firme e altamente qualificada” de Fachin ao longo de sua trajetória no STF. Mendes elogiou o perfil do futuro presidente da Corte, caracterizando-o como um magistrado que une convicção e escuta, firmeza e diálogo.
“Essa postura é a expressão genuína do que se espera de um magistrado em uma democracia constitucional”, avaliou Gilmar, ressaltando a habilidade de Fachin em dialogar mesmo em tempos de desacordos.
Trajetória de Fachin no STF
Edson Fachin ingressou no STF em 2015, quando assumiu uma cadeira na Primeira Turma. Contudo, com o falecimento do ministro Teori Zavascki em 2017, Fachin foi transferido para a Segunda Turma, onde permaneceu por oito anos, desempenhando papel crucial em diversas decisões importantes do tribunal.
Com a sua nova função, Fachin deixa a Segunda Turma, já que o presidente do STF não ocupa uma Turma específica. O ministro aguarda um desafio significativo à frente do tribunal e, ao mesmo tempo, carrega a expectativa de continuidade da tradição e das responsabilidades que a presidência do STF exige.
A nova presidência trará também desafios em um contexto político e social marcante no Brasil, e Fachin deverá lidar com diversas questões relevantes durante seu mandato. Com sua experiência acumulada, muitos observadores aguardam ansiosos as mudanças e inovações que ele poderá trazer para o Supremo Tribunal Federal.
À medida que se aproxima sua posse, o foco da coletiva e do público está em como o novo presidente do STF irá orientar os rumos da Justiça no país e manter vivo o espírito de colegialidade que ele tanto destacou durante sua despedida.