No mês passado, astrônomos realizaram uma descoberta empolgante ao observar um objeto interestelar — apenas o terceiro já registrado — que se aproxima do centro do sistema solar. O objeto, nomeado 3I/ATLAS, chamou a atenção do astrônomo da Universidade de Harvard, Avi Loeb, conhecido por suas predições controversas a respeito de objetos interestelares anteriores, que poderiam ser relíquias de civilizações extraterrestres.
Apesar da crescente concordância entre os astrônomos de que o último objeto é um cometa, Loeb continua a considerar a possibilidade de que 3I/ATLAS tenha sido enviado a nós por uma espécie inteligente de fora do sistema solar, e ele não está disposto a recuar em suas afirmações.
A observação intrigante do telescópio Hubble
Em um post no blog publicado no fim de semana, Loeb destacou observações do Telescópio Espacial Hubble da NASA, que mostraram um “brilho de luz, provavelmente proveniente de uma coma, à frente do movimento de 3I/ATLAS em direção ao Sol.”
Uma coma é a nuvem névoa e luminosa que envolve o núcleo de um cometa. Contudo, segundo Loeb, “não há evidência de uma cauda cometária brilhante na direção oposta”, com os cientistas sugerindo que isso indicava que a poeira estava evaporando da face voltada para o Sol do objeto.
Teorias sobre a origem e natureza do 3I/ATLAS
As observações levaram Loeb e seus colegas a uma possibilidade intrigante, ainda que inusitada: será que o misterioso objeto espacial está gerando “sua própria luz”? Após conversas com seu colega, o astrofísico Eric Keto, Loeb sugeriu que a “interpretação mais simples” do “perfil de brilho acentuado” de 3I/ATLAS é que seu núcleo “produz a maior parte da luz”.
Isso também significaria que seu tamanho real é muito menor do que se pensava anteriormente, alinhando-se com o tamanho dos primeiros dois objetos interestelares observados, ‘Oumuamua e 2I/Borisov.
O astrônomo de Harvard propôs duas possibilidades: ou 3I/ATLAS está emitindo radiação naturalmente porque é um “fragmento raro do núcleo de uma supernova próxima rica em material radioativo” — ou é uma “nave espacial movida a energia nuclear, e a poeira emitida de sua superfície frontal pode ser sujeira acumulada durante sua viagem interestelar.”
Loeb considerou a primeira explicação “altamente improvável” e a segunda como necessitando de “melhores evidências para ser viável.”
A trajetória sobrenatural e a oportunidade de observação
Loeb argumentou anteriormente que a trajetória incomum do objeto — que inclui sobrevoos suspeitosamente próximos tanto à Terra quanto a Júpiter — e sua falta de uma cauda visível prejudicam a teoria de que se trata de um cometa.
Curiosamente, o 3I/ATLAS passará a uma distância relativamente próxima — pelo menos em termos astronômicos — de Marte neste outono, proporcionando uma oportunidade tentadora para observá-lo de perto. Loeb sugeriu o uso do Mars Reconnaissance Orbiter da NASA para direcionar seus instrumentos científicos para o raro visitante.
O mais interessante é que os cientistas da agência espacial parecem estar dispostos a colaborar nessa missão.
“Nesta manhã, eu incentivei a equipe HiRISE a usar sua câmera na primeira semana de outubro de 2025 para coletar novos dados sobre 3I/ATLAS,” escreveu Loeb. “Eles responderam favoravelmente.”
Mais sobre o objeto: Astrônomo sugere que novo objeto interestelar pode ser alienígenas avançados testando nossa inteligência