A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) está em fase de planejamento para anunciar diversas mudanças no calendário do futebol nacional, um dos grandes desafios enfrentados pela entidade e clubes brasileiros. As alterações têm como objetivo primordial não apenas a redução das datas dos campeonatos estaduais, mas também uma reformulação completa da Série D e da Copa do Brasil, que promete aumentar o número de participantes e tornar as competições mais atrativas.
A reformulação do calendário brasileiro
Os detalhes das alterações estão previstos para serem revelados em cerca de 50 dias, e há a expectativa de que as novas diretrizes impactem significativamente o futuro das competições. Atualmente, a Copa do Brasil conta com 92 equipes, enquanto a Série D tem 64 clubes participantes. O plano da CBF é remodelar estas competições para permitir a inclusão de mais times, beneficiando um maior número de clubes, especialmente os de menor expressão.
Aumento de participação e novas formatações
Com as mudanças, tanto a Copa do Nordeste quanto a Copa Verde passarão por novas formatações. Isso visa valorizar essas competições e aumentar suas receitas, permitindo que sejam consideradas produtos mais atrativos no mercado. O presidente da CBF, Samir Xaud, revelou em uma participação no podcast “Toca e Passa” que o objetivo é “reformar praticamente todas as competições promovidas pela CBF” para que haja um melhor encaixe no calendário nacional.
Copa do Brasil em foco
Em relação à Copa do Brasil, a proposta é manter a premiação milionária, que é um dos principais atrativos. “A Copa do Brasil é a mais eclética, que dá mais oportunidades para clubes menores participarem e que mais paga bem”, destacou Xaud. As mudanças visam fortalecer ainda mais a competição, aumentando o número de clubes participantes sem onerar a agenda já cheia dos times das Séries A e B.
Série D e a inclusão de mais clubes
A reforma na Série D é vista como uma oportunidade para acolher mais clubes pequenos, especialmente os que ficam sem competições após o término dos estaduais. Embora seu formato seja ampliado, a CBF se compromete a manter o agrupamento das equipes por proximidade geográfica, facilitando assim a logística das viagens durante as competições.
Expectativas e alinhamentos com as federações
Xaud expressou confiança de que as federações e clubes ficarão satisfeitos com as novas propostas. Contudo, a CBF descarta a criação de uma Série E neste momento, focando na reestruturação das divisões existentes. Ele enfatizou que “nenhuma fala minha mencionou a Série E”, ressaltando o foco na melhoria das Séries C e D, atualmente subsidiadas integralmente pela CBF.
Calendário 2026 e ajustes necessários
As mudanças no calendário estão sendo planejadas para serem implementadas até 2026, com uma primeira ação já anunciada que envolve a redução das datas dos campeonatos estaduais de 16 para 11. Esta mudança, no entanto, aplicará-se apenas aos estados que possuem representantes nas séries superiores. Em contrapartida, os demais estados poderão contar com um período maior para a realização de seus torneios regionais.
A CBF também está em diálogos com a Conmebol com o objetivo de retirar do Brasil duas vagas destinadas à pré-Libertadores, que atualmente consomem quatro datas do calendário. O intuito é conseguir emplacar mais um clube na fase de grupos da competição internacional.
Visão de longo prazo
Samir Xaud fechou sua apresentação destacando que a reformulação do calendário visa garantir uma estrutura que minimize o desgaste dos jogadores em um cenário que inclui um aumento de competições internacionais. A meta é implementar um modelo onde, em dois ou três anos, o calendário brasileiro se torne mais enxuto e funcional, favorecendo a saúde dos atletas e a qualidade das competições.
Com um olhar atento às mudanças necessárias, a CBF se prepara para um novo capítulo no futebol brasileiro, onde a inclusão e a eficiência podem revolucionar a experiência tanto para clubes quanto para torcedores.