Na última terça-feira (19), deputados da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) se reuniram com o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, para debater um projeto que visa liberar a instituição para comprar o Banco Master e outras entidades financeiras. A reunião, que contou com a presença de parlamentares da oposição, além do secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, e do presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), foi realizada em um clima de expectativa e debate.
Urgência na votação do projeto
O projeto enviado pelo governo para obter a aprovação da Câmara Legislativa pode ser votado ainda nesta terça-feira, apenas uma semana após seu envio. A reunião começou às 14h30 e estava prevista para seguir a portas fechadas até as 15h.
Recentemente, o Tribunal de Justiça do DF ressaltou que a autorização do BRB para a transação com o Banco Master é necessária, assim como a aprovação da assembleia de acionistas. O BRB já anunciou que cumprirá essa decisão, mas que recorrerá na Justiça para tentar derrubar as exigências.
Além disso, a transferência das ações também precisa da aprovação do Banco Central, sendo que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já concedeu seu aval em junho.
O impacto da aquisição do Banco Master
A proposta de aquisição do Banco Master despertou dúvidas e questionamentos nos setores financeiros e políticos do DF. O projeto, que foi assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em regime de urgência, implica que se não for votado dentro de 45 dias, trancará a pauta de votações da CLDF. Isso significa que outros projetos não poderão ser analisados até que essa questão seja resolvida.
O projeto, conforme está redigido, não se limita apenas ao Banco Master; ele prevê que o BRB fique autorizado a adquirir, direta ou indiretamente, participação em instituições financeiras tanto no Brasil quanto no exterior, abrangendo setores como seguros, previdência e capitalização. A aquisição do Banco Master é mencionada em um artigo específico que detalha a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais da instituição.
Uma breve história do BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi fundado em dezembro de 1964 com a finalidade de captar recursos para o desenvolvimento do Distrito Federal. Desde 1991, a instituição opera com diversas carteiras de crédito, incluindo comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
Como uma sociedade de economia mista e de capital aberto, o Governo do Distrito Federal detém a maior parte das ações, totalizando 71,92%. O BRB, que possui agências em diferentes estados brasileiros, representa uma importante fonte de financiamento para o desenvolvimento regional.
O Banco Master e sua trajetória
O Banco Master, fundado em 1974 inicialmente como uma corretora de valores, obteve autorização do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990. Após a fusão com o Banco Vipal, a entidade mudou seu nome para Banco Master em 2021.
O movimento de aquisição do Banco Master pelo BRB é visto como um passo significativo que poderá alterar o panorama financeiro local, além de aumentar o leque de serviços oferecidos ao público. No entanto, o desdobramento dessa negociação gera incertezas quanto à capacidade do BRB de gerenciar essa nova aquisição e os impactos que poderá ter sobre os clientes e serviços disponíveis no mercado.
Enquanto a CLDF discute a proposta, a comunidade financeira observa atentamente, pois o resultado dessa votação poderá moldar o futuro do setor no Distrito Federal. Assim, a questão continua a ser foco de atenção e debate entre políticos e especialistas do ramo.
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