O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aconselhou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a desistir da ideia de recuperar a Crimeia ou ingressar na OTAN, durante declarações feitas via Truth Social neste domingo (23). Ele afirmou que essas ações não terão sucesso e que a guerra pode ser encerrada rapidamente se Zelensky desejar.
Trump orienta Zelensky a abrir mão de Crimeia e OTAN
“Presidente Zelensky de Ukraine pode acabar com a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar”, escreveu Trump, destacando que não há possibilidade de recuperar a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, nem de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O ex-presidente aproveitou para reforçar que sua posição oficial está alinhada com seu foco atual: buscar um acordo de paz na região.
Trump afirmou ainda que Zelensky tem a oportunidade de encerrar o conflito “se desejar”, antecipando seu encontro com Zelensky e líderes europeus na próxima segunda-feira na Casa Branca. O ex-presidente ressaltou que, enquanto isso, a Ucrânia permanece como um parceiro da OTAN, mas não integra a aliança militar, não recebendo garantias de segurança do tratado.
Contexto da disputa por Crimeia e inclusão na NATO
A questão da Crimeia tem sido um ponto de discórdia desde 2014, quando forças apoiadas por Moscou tomaram controle do território. Desde então, a Rússia mantém a ocupação e nega envolvimento direto na ação militar, embora o controle seja efetivamente exercido por Moscou.
Na cúpula da NATO em junho, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán declarou que “a NATO não tem negócios com a Ucrânia”, ressaltando que o país não é membro da aliança. A organização internacional condenou veementemente a invasão russa, mas evitou engajamentos que possam ampliar o conflito.
Desdobramentos recentes e possibilidades de negociação
As declarações de Trump ocorrem após uma visita a Alasca, na semana passada, onde ele participou de um encontro considerado de alta prioridade com Vladimir Putin. A reunião, que marcou o primeiro encontro presencial entre Trump e Putin desde 2019, tinha como objetivo discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia, mas terminou sem acordo e de forma breve.
Especialistas avaliam que o conselho de Trump reflete a estratégia de minimizar o conflito e evitar a ampliação da guerra, embora sua postura seja vista como controversa por públicos favoráveis à resistência ucraniana.