Jason Brian Gavidia, residente da Califórnia e apoiador de Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira que se arrepende de ter votado no ex-presidente, após sofrer uma detenção policial por questões relacionadas à imigração, mesmo sendo cidadão americano. Gavidia relatou que acredita ter sido alvo de perfil racial durante a abordagem em junho, o que o deixou traumatizado e questionando suas escolhas.
Detenção e trauma após abordagem policial
Um vídeo divulgado pelo Los Angeles Times mostra Gavidia sendo pressionado contra uma cerca de metal por agentes da Patrulha de Fronteira dos EUA, enquanto um policial questiona sua origem e apostas na sua nacionalidade. “Que hospital você nasceu?”, grita um dos agentes. Gavidia responde que não sabe, oferecendo mostrar sua identidade após a insistência.
De acordo com a ação judicial, os agentes teriam torcido seu braço durante o interrogatório e apreendido seu telefone. Apesar de liberado posteriormente, Gavidia afirmou que saiu profundamente abalado da experiência. Segundo ele, a abordagem foi marcada por um forte componente racial, pois era ele quem estava sendo questionado na rua, “somente por estar andando de brown.”
Denúncia de racismo e revisão de políticas
Gavidia, um dos cinco indivíduos representados numa ação coletiva movida pela ACLU na Califórnia, relata que foi vítima de perfil racial por parte das forças de imigração que, apesar de prometidas restrições, continuam realizando batidas indiscriminadas. O governo Trump, que implementou duras políticas migratórias, foi alvo de críticas por essas ações, incluindo uma ordem judicial recente que pediu uma pausa nas operações de busca e prisão em sete condados californianos.
Declarações conflitantes do governo
Funcionários do Departamento de Segurança Interna (DHS) emitiram declarações contraditórias sobre a detenção de Gavidia. Em junho, a assistente do secretário de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, afirmou inicialmente que ele havia sido preso por agressão aos agentes, o que foi posteriormente corrigido para uma questão apenas de interrogatório, com uma alegação de que seu amigo foi quem teria sido detido. Em uma nova declaração enviada nesta semana, McLaughlin afirmou que Gavidia “foi preso por agressão e interferência”.
Ela também negou que as ações tenham havido por motivos raciais, afirmando que “qualquer alegação de perseguição por motivos de cor de pele é falsa”.
Arrependimento e reflexões sobre o sistema
Gavidia declarou a KNBC que acredita ter sido vítima de uma injustiça racial e que, ao votar em Trump, fez uma escolha baseada em falsas promessas. “Se isso fosse acontecer, você acha que votaríamos? Somos humanos. Não vamos destruir nossa comunidade ou nosso povo”, afirmou. Ele também destacou que a experiência o fez repensar seu apoio ao ex-presidente e questionar a eficácia das políticas de imigração rigorosas.
A controvérsia envolvendo as ações da Patrulha de Fronteira e os relatos de perfil racial continuam alimentando debates sobre o respeito aos direitos civis e a compreensão da complexidade das opiniões em relação à imigração nos Estados Unidos.
Mais informações e esclarecimentos oficiais aguardam ainda posicionamentos finais das autoridades competentes.