Jason Brian Gavidia, eleitor de Donald Trump na Califórnia, afirmou nesta segunda-feira (24) que se sente culpado pelo voto no último presidente, após ser detido por patrulheiros de imigração durante uma fiscalização em junho. A reportagem confirma que ele alega ter sido vítima de racismo durante a abordagem na fronteira.
Voto de Trump e arrependimento após experiência traumática na fronteira
Gavidia disse à NBC Los Angeles que acredita ter sido alvo de discriminação racial: “Eu sou americano, cara. Toda vez que vejo esse vídeo, é como uma memória ruim na minha cabeça”. Ele faz parte de um grupo de apoiadores de Trump que, apesar de seu voto, se envolveram em ações do governo de imigração sob políticas rigorosas.
O homem relatou que, após a fiscalização, percebeu que sua postura e sua raça podem ter motivado o tratamento diferenciado por parte dos agentes. “Acho que fui racialmente perfilhado, porque estava andando com a pele morena. Onde está a liberdade? Onde está a justiça? Vivemos na América”, declarou em entrevista ao KNBC.
Processo coletivo acusa política de discriminação racial por parte do governo
Gavidia faz parte de uma ação coletiva movida pela ACLU na Califórnia, que acusa o governo de Donald Trump de promover abordagens racistas na fiscalização de imigração. Segundo a denúncia, os agentes utilizam práticas discriminatórias ao realizar paradas e detenções indiscriminadas em várias regiões do estado.
Detalhes do incidente e questionamentos sobre as declarações oficiais
Um vídeo divulgado pelo LA Times mostra dois agentes encapuzados empurrando Gavidia contra uma cerca metálica em um depósito de automóveis. Na gravação, o homem questiona sobre seu local de nascimento, e os agentes chegam a questionar se ele teria sido preso por agressão. A ação policial levou Gavidia a um estado de grande trauma, embora tenha sido libertado logo após.
De acordo com denúncia, os agentes teriam torcido seu braço e confiscado seu telefone durante o procedimento. Ainda assim, as autoridades fazem declarações confusas, com a vice-secretária de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, afirmando inicialmente que ele havia sido preso por agressão, informação depois corrigida pelas próprias autoridades.
Reações e acusações de discriminação
Gavidia afirmou à HuffPost que acredita ter sido alvo de uma abordagem racista: “Se isso fosse acontecer, você acha que votaríamos? Somos humanos. Não vamos destruir nossa comunidade”. A declaração reforça o sentimento de injustiça e inquietação causado pela experiência.
Por sua parte, McLaughlin alegou que as alegações de perseguição por motivos raciais são falsas, mas suas declarações internas permanecem conflitantes e sem esclarecimento definitivo.
Perspectivas e próximos passos
O caso de Gavidia evidencia a tensão entre fiscalizações de imigração e o direito à liberdade e segurança dos cidadãos. Autoridades federais continuam enfrentando questionamentos sobre a legitimidade de suas ações na região, especialmente após uma ordem judicial que proibiu deslocamentos indiscriminados na Califórnia, embora tenha sido questionada na Suprema Corte.
Especialistas indicam que essa situação pode desencadear novas ações judiciais e pressionar por mudanças nas políticas de fiscalização do governo, visando evitar violações aos direitos civis.