Goiânia – O bispo autoentitulado do Ministério Poder e Milagres, pastor Eduardo Costa, se tornou o centro das atenções nas redes sociais após ser flagrado em um estacionamento, usando calcinha e peruca loira. A cena causou grande repercussão em todo o Brasil. Costa, que também é servidor público do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) e cerimonialista na cidade, já havia sido acusado anteriormente de aplicar um golpe em formandos de Direito da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), que enfrentaram dificuldades para realizar a festa de formatura dos sonhos.
Pastor e a polêmica das imagens
As imagens do pastor começaram a circular na última segunda-feira (11/08), quando uma seguidora enviou a gravação ao perfil Goiânia Mil Graus, revelando a identidade de Costa e expressando críticas à sua conduta. Os internautas rapidamente levantaram questões sobre possíveis ocorrências anteriores onde ele teria sido visto com roupas femininas, além de relatos de dívidas trabalhistas.
Em resposta à polêmica, Eduardo Costa publicou um vídeo ao lado de sua esposa, confirmando que era ele nas imagens, mas alegando que o disfarce era parte de uma investigação pessoal. Segundo Costa, as roupas foram usadas para apurar denúncias ainda não especificadas. O pastor também declarou que não autorizou a gravação e anunciou que tomaria medidas legais contra o responsável pelo registro das imagens, acusando-o de tentativa de extorsão.
Histórico conturbado com formandos
A relação do pastor com os formandos de Direito da Universidade Salgado de Oliveira não é recente. Em 2006, os alunos enfrentaram uma série de desavenças com o cerimonialista que resultaram em dificuldades financeiras e emocionais. Eles alegaram que Costa emitiu cheques sem fundos para pagar os prestadores de serviço, contrariando o que havia sido acordado previamente. O cerimonialista foi inicialmente condenado a três anos e quatro meses de reclusão, mas foi absolvido em 2014, quando o Tribunal de Justiça de Goiás entendeu que não havia provas de dolo ou intenção criminosa.
Expectativas frustradas em relação à formatura
Os formandos pagaram aproximadamente R$ 460 mil pela realização da festa, mas relatam que o evento foi muito aquém do esperado. Um dos alunos, que preferiu não se identificar, relatou que a festa planejada, com tentativas de glamour como “cascatas de camarão”, se transformou em uma celebração muito menos elaborada. Ele disse, “tivemos que fazer complementos financeiros a poucos dias da formatura devido aos descumprimentos do pastor,” enfatizando a gravidade da situação que os levou a sentir-se enganados.
A absolvição e suas implicações
Após os problemas enfrentados pelos formandos, Costa foi afastado de sua posição na cerimonial e, embora tenha sido inicialmente condenado, a apelação ao TJGO resultou na sua absolvição. O desembargador responsável pelo julgamento considerou que os problemas enfrentados não se configuravam como apropriação indébita e não há evidências suficientes de que Costa tivesse agido com a intenção de enganar e se apropriar dos bens de maneira ilícita.
O desembargador disse: “Para caracterizar o delito, seria necessário comprovar a premeditação do crime e a má-fé do acusado”, ressaltando que as divergências contratuais não deveriam ser tratadas no âmbito penal.
Repercussão e reação nas redes sociais
A recente cena do pastor de calcinha e peruca gerou uma onda de memes e piadas nas redes sociais. A comparação entre o seu visual e o figurino icônico de Julia Roberts no filme “Uma Linda Mulher” circulou rapidamente, provocando risadas e debates sobre a imagem pública da figura religiosa. A crítica à hipocrisia de líderes religiosos que pregam sobre moralidade enquanto enfrentam escândalos pessoais se tornou um tema poderoso nas discussões online.
Com o desdobramento dos eventos, a atenção se volta agora não só para as ações e declarações de Eduardo Costa, mas também para o que essa situação revela sobre a nas políticas e costumes entre líderes religiosos e suas comunidades, levando a uma reflexão necessária sobre fé e responsabilidade entre aqueles que ocupam posições de influência.


