A ex-técnica do programa Biggest Loser e apoiadora de Donald Trump, Jillian Michaels, protagonizou uma discussão acalorada na CNN na noite de quarta-feira, ao defender que a história da escravidão nos Estados Unidos não deve ser reduzida às ações de brancos opressores. A participante apareceu no painel do programa NewsNight, ao lado de comentaristas conservadores e democratas, para debater as mudanças promovidas pela administração Trump no Museu Smithsonian e no Kennedy Center.
Discurso controverso sobre escravidão e cultura
No decorrer do debate, Michaels questionou a narrativa predominante, questionando se os displays na Smithsonian realmente retratam corretamente a história. Ela alegou que a questão do racismo é muito mais complexa, chegando a citar um dado contestado de que menos de 2% dos brancos americanos tiveram escravos, e declarou que “a escravidão é uma instituição antiga, mas foi uma sistema de supremacia branca”.
Representante Ritchie Torres (D-N.Y.) respondeu que a escravidão foi um sistema de supremacia racial, destacando a importância de reconhecer as estruturas de opressão na história americana. Michaels, por sua vez, insistiu na ideia de que “não é tudo culpa dos brancos”, o que gerou uma forte troca de palavras e interrupções no palco.
Questionamentos sobre o conteúdo dos museus e símbolos
Durante a participação, Michaels também criticou elementos visuais do Smithsonian, alegando que “quando você entra na porta, a primeira coisa que vê é uma bandeira gay” — ela é casada com uma mulher. Além disso, referiu-se a um exibido que aborda testes de gênero no esporte, criticando o tema, enquanto o debatedor William Phillip tentou intervir, dizendo que não havia tempo para discutir todas as questões.
Reações e repercussão nas redes
As declarações de Michaels geraram forte repercussão nas redes sociais, com muitos destacando sua postura controversa na tentativa de minimizar a história do racismo institucional nos Estados Unidos. Seus comentários sobre a representatividade e os símbolos da diversidade acenderam debates sobre os limites do discurso político em espaços tradicionais de mídia.
Implicações do debate na narrativa histórica americana
Especialistas e ativistas afirmam que a postura de Michaels revela uma corrente de pensamento que minimiza o impacto da história do racismo, alimentando um debate polarizado sobre como a cultura e a história devem ser abordadas na sociedade moderna. Segundo historiadores, negar a responsabilidade de grupos brancos em processos históricos de opressão reflete uma tentativa de revisionismo que prejudica o entendimento crítico do passado.
Com a repercussão, fica visível o desafio de equilibrar diferentes visões sobre a história, sendo o episódio um exemplo de como tensões culturais ainda alimentam debates públicos nos Estados Unidos.