Brasil, 21 de agosto de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governador de São Paulo critica Enel por falta de investimentos na rede elétrica

Tarcísio de Freitas aponta que a concessionária não realiza melhorias necessárias na rede elétrica do estado e defende não renovação do contrato

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou nesta segunda-feira que a Enel não faz os investimentos necessários na rede elétrica da região metropolitana e que, se o governo fosse o responsável pelo serviço, a concessão não seria renovada. A declaração foi feita durante fórum promovido pela revista Veja, em São Paulo, no qual o político destacou que o contrato atual é antigo, ruim e pouco eficiente.

Críticas à gestão da rede elétrica e situação atual da concessão

Freitas explicou que a Enel possui um contrato de concessão para distribuição de energia em 24 municípios da área metropolitana, atendendo cerca de 7,2 milhões de clientes — aproximadamente 18 milhões de pessoas. O contrato, firmado até 2028, pode ser prorrogado por mais 30 anos, mas o governador voltou a questionar essa possibilidade, alegando que a concessionária não realiza os investimentos necessários para garantir a segurança e a continuidade do serviço em situações extremas.

Investimentos insuficientes e problemas recentes

Segundo o governador, a Enel realiza poucos investimentos, pois esses não são reconhecidos na tarifa, o que desestimula melhorias na rede. Ele citou exemplos de falhas graves, como os fortes vendavais em novembro de 2023 e outubro de 2024, que deixaram milhares de moradores sem luz por até uma semana. Freitas afirmou que a velocidade de restabelecimento da energia está relacionada ao nível de automação da rede, que, na sua avaliação, é insuficiente devido à falta de investimentos.

“Se eu fosse titular do serviço, se fosse o poder concedente, não prorrogaria esse contrato”, afirmou. “A concessão é grande demais e deveria ser dividida em duas. São Paulo não pode aceitar a prorrogação desse contrato”, reforçou.

Perspectivas para renovação e melhorias

Freitas questionou por que a Enel demora tanto para religar a rede após interrupções extremas e atribuiu essa demora à escassez de recursos humanos, investimentos e automação. Além disso, ele afirmou que a velocidade de reparo de uma rede elétrica depende diretamente do nível de automação — aspecto que considera fundamental para melhorar a resiliência do sistema em futuras temporadas de chuvas.

Atualmente, a Enel mantém um contrato de concessão que permite atender cerca de 7,2 milhões de clientes na Grande São Paulo, área de atuação que inclui 24 municípios. O acordo, firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), está previsto para vencer em 2028, após o que pode ser prorrogado por mais três décadas, embora haja uma forte pressão contra essa extensão.

Outras questões e mobilizações

Além das críticas ao desempenho da Enel, o governador destacou que o estado de São Paulo encerrou o primeiro semestre com R$ 354 bilhões em investimentos contratados em concessões de infraestrutura, bem acima da expectativa inicial de R$ 220 bilhões a R$ 250 bilhões. Entre as concessões atualmente em processo de renovação, estão as de energia elétrica, das quais 19 companhias têm contratos que vencem entre 2023 e 2031.

Freitas também pontuou a necessidade de melhorar a eficiência do setor de energia, especialmente na ampliação da infraestrutura de redes e automação, para evitar problemas semelhantes aos recentes episódios de interrupções causados por eventos climáticos severos.

Visão de futuro e mudanças propostas

Na opinião do governador, a solução para garantir uma rede elétrica mais eficiente e segura passa pela divisão dos contratos atuais, maior automação e investimentos mais robustos. Ele destacou que, em caso de responsabilidade própria, não prorrogaria os atuais contratos na condição em que estão, defendendo uma renovação com melhorias significativas na automação e na composição dos investimentos.

Fonte: O Globo

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes