Brasil, 20 de agosto de 2025
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Esquema de lavagem de dinheiro revela empresas de fachada ligadas a esquema criminoso em SP

Investigação aponta movimentações suspeitas de R$ 54 milhões em transações envolvendo fintechs e empresas de fachada na operação Ícaro

A Polícia de São Paulo revelou detalhes de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro ligado ao afastado fiscal Artur Gomes da Silva Neto, preso na Operação Ícaro. Entre as empresas investigadas, destacam-se a Smart Tax, considerada uma fachada para recebimento de propinas, e o Dac Bank, que simulava atuar como banco, mas funcionava como fintech sem autorização do Banco Central.

Fraude envolvendo empresas de fachada e lavagem de dinheiro

Segundo as investigações, a Smart Tax transferiu cerca de R$ 54 milhões para a fintech Dac Bank, criada em 2023. Essas transações ocorreram entre julho de 2023 e agosto de 2024, indicando uma movimentação financeira suspeita que ajuda a entender o esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda de São Paulo. A fintech alegava oferecer serviços de gestão financeira, mas na prática era usada para ocultar recursos ilícitos.

Manipulação de capital social e uso de entidades fantasmas

O capital social da Dac Bank, avaliado em mais de R$ 3,4 bilhões, foi supostamente integralizado por títulos de um banco extinto, o Banco do Estado de Santa Catarina (Besc), e por direitos creditícios de um cartório em Minas Gerais. Contudo, esses movimentos visavam criar uma aparência de robustez financeira, enquanto a verdadeira intenção era esconder as operações ilegais, conforme apontam os promotores do MP-SP.

Participação de figuras-chave e elementos de fraude

Celso Éder Gonzaga, chamado de “notório estelionatário”, também aparece como sócio da Dac Bank, atuando para dispersar os recursos ilícitos em contas de terceiros. A investigação indica que Artur, sua mãe Kimio Mizukami, de 73 anos, e Celso formavam a engrenagem principal do esquema. Kimio, que teve seu patrimônio registrado como crescendo de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023, era usada como “laranja” para ocultar a verdadeira origem dos recursos.

Operações fraudulentas e o papel de empresas de fachada

A fintech, renomeada para Visão Suporte Administrativo e já com site retirado do ar após a operação, possuía uma estrutura fictícia que movimentou milhões sob a fachada de serviços financeiros modernos. Documentos da Junta Comercial de São Paulo confirmam a participação de Kimio e de outros sócios na constituição da empresa, enquanto Celso era apontado como responsável por dispersar os valores ilícitos.

Impacto na fiscalização e tendência em crimes financeiros

O caso demonstra uma crescente prática de uso de fintechs de fachada para lavar dinheiro originado de corrupção, sonegação e até organizações criminosas, como o PCC. As investigações reforçam a preocupação do setor financeiro e das autoridades em relação ao uso de discursos de inovação tecnológica para encobrir atividades ilegais, especialmente em esquemas que envolvem grandes somas de recursos e operações ilícitas complexas.

A operação Ícaro expõe a fragilidade da regulação de algumas empresas que atuam no mercado financeiro digital, sobretudo aquelas criadas com o objetivo de facilitar fraudes. O Ministério Público promete aprofundar as investigações para desmantelar toda a estrutura criminosa envolvida.

Para mais detalhes sobre a investigação, acesse o relatório completo.

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