O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) revelou que a economia brasileira apresentou um recuo de 0,1% em junho, na comparação com o mês anterior. O Banco Central (BC) divulgou esses dados nesta segunda-feira, 18 de agosto, marcando o segundo resultado negativo deste ano, sendo que o primeiro ocorreu em maio.
Para determinar esse resultado, o BC realizou um ajuste sazonal, que é um cálculo que elimina as flutuações sazonais, permitindo assim a comparação entre diferentes períodos, neste caso, com junho de 2024.
Entenda o IBC-Br, a “prévia do PIB”
- O IBC-Br é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
- Este índice incorpora estimativas de crescimento para os setores agropecuário, industrial e de serviços, sendo calculado com ajuste sazonal.
- O IBC-Br é uma das ferramentas que guiam o Banco Central na definição da taxa básica de juros do país, a Selic.
- O PIB refere-se à soma de todos os bens e serviços finais produzidos em um país.
- Um aumento no PIB indica que a economia está crescendo, enquanto um recuo indica uma contração da produção econômica.
No que diz respeito aos setores produtivos, a agropecuária foi o segmento que registrou o pior desempenho no IBC-Br, com uma queda de 2,3%. Já a indústria teve uma ligeira redução de 0,1%. Por outro lado, o setor de serviços apresentou um resultado positivo, com crescimento de 0,1% no período.
Quando comparado a junho do ano passado, o IBC-Br apresentou um crescimento de 1,4%. Ao longo de 12 meses, o indicador do BC mostrou um aumento de 3,9%. No acumulado do ano, a chamada “prévia do PIB” registrou uma expansão de 3,2%. Todos esses dados foram obtidos sem ajustes sazonais.
O desempenho do IBC-Br nos primeiros meses do ano foi o seguinte:
- Janeiro (0,9%)
- Fevereiro (0,4%)
- Março (0,8%)
- Abril (0,2%)
- Maio (-0,7%)
- Junho (-0,1%)
Perspectivas de desaceleração em 2025
Economistas têm alertado para a possibilidade de uma desaceleração da economia brasileira neste ano, influenciada pelos altos juros e pelo patamar elevado da inflação, fatores que continuam a preocupar a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A previsão do Banco Central é que a economia brasileira cresça 2,1% em 2024. Analistas do mercado financeiro, que são consultados semanalmente pelo BC no relatório Focus, projetam um crescimento ainda mais otimista de 2,23% para 2025. Por sua vez, o Ministério da Fazenda aponta para um crescimento em torno de 2,5% em 2025.
Embora o primeiro trimestre tenha apresentado um aumento significativo, a expectativa é de que a atividade econômica do segundo trimestre mostre uma desaceleração, com previsão de crescimento de apenas 0,6%, em comparação com uma alta de 1,4% anteriormente.
De acordo com o Boletim Macrofiscal, a previsão é de que a economia avance modestamente, com uma alta de apenas 0,6% após o crescimento de 1,4%. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda avaliou que, na comparação trimestral, o PIB do setor agropecuário deve registrar queda, enquanto a indústria e os serviços devem apresentar um ritmo de atividade crescente.
Portanto, enquanto o cenário atual apresenta uma leve contração, as previsões futuras sugerem uma recuperação moderada, embora permaneçam incertezas sobre a política monetária e a inflação, que continuam a ser observadas de perto por especialistas e formuladores de políticas. As informações e os dados que vêm a público são cruciais para o entendimento do rumo que a economia nacional pode tomar nos próximos meses.