Os comissários de bordo da Air Canada, que estão em greve desde a meia-noite de sábado, votaram nesta segunda-feira (18) contra a ordem de um tribunal para que retomassem as atividades, agravando a crise na companhia aérea canadense. A paralisação impacta aproximadamente 500 mil passageiros com rotas para 180 destinos nacionais e internacionais.
Tribunal ordena retorno imediato dos trabalhadores
O Conselho de Relações Industriais do Canadá (CIRB), órgão regulador, determinou que os comissários retornassem às suas funções antes das 12h de hoje, sob pena de sanções. A decisão foi tomada após a ministra do Trabalho, Patty Hajdu, invocar legislação para interromper a greve e forçar um acordo vinculativo entre a companhia aérea e o sindicato.
No entanto, o sindicato afirmou que não reconheceria a decisão judicial, mantendo a greve e impedindo a retomada do serviço de voos, o que gerou uma negativa por parte da Air Canada de restaurar parcialmente suas operações na noite de domingo.
Pressão e resistência dos trabalhadores
Na manhã desta segunda, a pressão sobre os funcionários aumentou, e o CIRB ordenou a volta ao trabalho antes do meio-dia, segundo informações da própria Air Canada. O presidente do Sindicato Canadense de Trabalhadores Públicos (Cupe), Mark Hancock, afirmou que a solução para o conflito “tem que ser encontrada em uma mesa de negociações” e que o sindicato não respeitará a decisão do tribunal.
“Nenhum de nós quer desafiar a lei”, destacou Hancock, ressaltando que o sindicato defenderá os interesses dos trabalhadores em terra durante os atrasos. Ele também advertiu: “Se a Air Canada acha que os aviões vão voar nesta tarde, estão muito enganados”.
Propostas da companhia aérea e críticas do sindicato
Na última quinta-feira, a Air Canada revelou um acordo potencial para os tripulantes de cabine, oferecendo um salário médio de cerca de 87 mil dólares canadenses (aproximadamente R$ 341 mil) em 2027 para um comissário de bordo sênior. Contudo, o sindicato considerou a oferta “abaixo da inflação” e “abaixo do valor de mercado”.
Para os trabalhadores, a proposta não é suficiente diante do aumento do custo de vida e das demandas por melhores condições de trabalho, o que alimenta a tensão entre as partes. A situação segue indefinida enquanto continuam os impasses legais e negociais.
Perspectivas e próximos passos
Especialistas enfatizam que a continuidade da greve pode prolongar os transtornos para os passageiros e afetar a reputação da Air Canada, além de complicar a situação financeira da companhia aérea canadense. A companhia afirmou que trabalha para retomar a normalidade, mas a resistência dos grevistas indica que a crise pode perdurar nos próximos dias.
Para mais detalhes sobre o conflito, acesse a matéria completa no O Globo.