Agosto é um mês especial para os católicos, repleto de festividades patronais e eventos significativos. Em 2025, um ano Jubilar, as celebrações são ainda mais marcantes com a canonização e beatificação de figuras que deixaram uma forte marca na história recente da Igreja. O Papa Francisco já havia aprovado os processos de canonização de Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, além da beatificação de Floribert Bwana Chui. Todos eles compartilham uma fé inabalável, um grande compromisso com os mais necessitados e uma partida precoce, reafirmando que, para Deus, a qualidade da vida é mais relevante que a quantidade.
Histórias de fé e martírio
Neste contexto, destaca-se a vida de Floribert Bwana, beatificado em 15 de junho. Nascido em 1981, ele cresceu em Goma, uma região marcada por conflitos e violência no Congo Kinshasa. Desde jovem, Floribert se envolveu com a Comunidade de Santo Egídio, dedicando-se a ajudar crianças de rua, deslocados de guerra e outros marginalizados. Seu trabalho como funcionário da Alfândega de Goma o colocou em uma posição difícil em uma área repleta de corrupção. Floribert se negou a aceitar subornos que poderiam comprometer a saúde pública, o que resultou em seu sequestro e assassinato em 8 de julho de 2007, aos 26 anos.
A notícia da beatificação trouxe alegria à sua família, especialmente à sua mãe, Gertrude Kamara Ntawiha. Emocionada, ela expressou sua gratidão pelo reconhecimento, que trouxe um alívio à dor pela perda do filho. Durante a cerimônia de beatificação em Roma, Gertrude foi recebida pelo Papa Leão XIV e ressaltou que Floribert foi assassinado por sua fé cristã e por recusar-se a ceder à corrupção: “Ele escolheu claramente Deus até o fim e escolheu morrer para viver em Cristo”.
Um apelo à juventude e à paz
A mãe de Floribert lançou um apelo emocionante aos jovens para que sigam seu exemplo e não se deixem corromper, ressaltando a importância de seguir os valores do Evangelho. Ela também clamou por paz nas autoridades congolesas, especialmente na instável região leste da República Democrática do Congo, onde a população enfrenta anos de sofrimento devido à violência.
Do outro lado, Pier Giorgio Frassati, nascido em 1901 em uma família rica em Turim, destacou-se por seu compromisso social e fé convista. Durante um período conturbado na Itália, marcada pelo fascismo e pela pobreza, ele se dedicou a ajudar os necessitados. Alpinista e amante da natureza, promovia atividades ao ar livre para incentivar o esporte e a espiritualidade entre os jovens. Infelizmente, Pier Giorgio faleceu em 1925, aos 24 anos, mas sua vida inspirou muitos, e ele será canonizado em 7 de setembro, na Praça de São Pedro, em Roma.
A mensagem de Carlo Acutis
O mais conhecido entre os novos santos é Carlo Acutis, nascido em 1991 em Londres, filho de uma família italiana. Ele faleceu em 2006, aos 15 anos, em decorrência de leucemia. Conhecido por seu íntimo relacionamento com a fé, Carlo ficou famoso por ser um “influencer” da era digital, criando sites sobre fé e espiritualidade. O título de “padroeiro da internet” foi dado a ele devido ao seu trabalho em conectar a vida cristã com as novas gerações. Sua canonização ocorrerá ao lado de Pier Giorgio Frassati no dia 7 de setembro.
As famílias desses jovens santos, assim como muitos fiéis, encontram consolo na luz da fé que eles irradiam. Suas histórias de vida servem não apenas como inspiração, mas também como testemunhos poderosos da força da espiritualidade em tempos desafiadores. Neste agosto jubilar, as celebrações vão além da canonização: elas relembram a importância da fé, da justiça e do compromisso com os oprimidos.
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