Em Campinas, a população feminina afetada pela violência doméstica encontra uma luz no fim do túnel através do programa de auxílio-moradia, que já beneficiou 144 mulheres desde sua implementação em 2023. Este apoio financeiro tem se mostrado crucial para proporcionar segurança e uma nova perspectiva para as vítimas, que precisam se reerguer após experiências traumáticas.
O impacto do auxílio-moradia
Uma das beneficiárias do programa, que preferiu não se identificar por medo de retaliações, relembra a dor de perder não apenas seu lar, mas também seus sonhos. “Ele não destruiu só a minha casa, ele destruiu os meus sonhos de ter construído uma família, de ter tido um lar de paz”, desabafa. Graças à orientação de uma amiga, que a introduziu ao auxílio-moradia, ela conseguiu acessar um suporte que inicialmente desconhecia.
De acordo com a prefeitura de Campinas, as mulheres atendidas recebem um apoio mensal de R$ 951,70, que pode ser concedido por até seis meses. Esse valor não apenas ajuda no pagamento do aluguel, mas também contribui para a manutenção da segurança no lar, especialmente para aqueles que têm filhos.
Rede de apoio essencial
Além do auxílio financeiro, a vítima destaca a importância de uma rede de apoio que permita às mulheres quebrar o ciclo da violência. “Existem outros recursos, existe apoio. Além do benefício, eu tive apoio psicológico e outros programas que me ajudaram a continuar a vida. Porque não é só uma questão financeira, é uma questão emocional também”, enfatiza. Esta visão é fundamental, já que frequentemente as vítimas se sentem aprisionadas em relacionamentos abusivos, seja por dependência emocional ou financeira.
Bairros com maior atendimento
As estatísticas mostram que a região sul de Campinas, incluindo bairros como Campo Belo e Jardim Icaraí, é a que mais requer o auxílio-moradia, com 30,9% dos pedidos. Os dados revelam que 63,3% das mulheres atendidas têm filhos pequenos ou adolescentes, evidenciando a necessidade urgente de proteger essas famílias.
Além do sul, outras regiões como o sudoeste, norte e leste também apresentam números significativos de solicitações. A cidade registrou um total de 50 pedidos entre janeiro e julho de 2025, com um investimento total de cerca de R$ 430 mil em auxílio-moradia.
Como solicitar o auxílio-moradia?
Para acessar o programa, as mulheres devem se apresentar aos serviços de proteção social, como os Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) ou Centros de Referência Especializados (CREAS). É necessário estar acompanhada por serviços de assistência, apresentar boletim de ocorrência e comprovantes de vulnerabilidade social. Essas etapas são essenciais para garantir que as vítimas recebam o apoio adequado e necessário para recomeçar.
Busca por ajuda e enfrentamento da violência
Além dos serviços já mencionados, as mulheres podem procurar apoio em Delegacias de Defesa da Mulher, Unidades Básicas de Saúde e outras instituições que oferecem acolhimento e orientação. Essa busca por ajuda é uma etapa importante para interromper a violência e rejuvenescer o autocuidado emocional e físico que todas as vítimas merecem.
Com a violência sendo um problema recorrente em Campinas, onde dados apontam para 41 homicídios somente no primeiro semestre de 2025, programas como o auxílio-moradia se fazem cada vez mais necessários. A integração entre assistência social e segurança é fundamental para que as mulheres afetadas encontrem não apenas um abrigo, mas um novo caminho de vida.
O apoio voltado às mulheres em situação de violência deve ser uma prioridade para a sociedade, visando à construção de um futuro sem violência e com mais dignidade. É essencial que mais mulheres conheçam seus direitos e busquem os recursos disponíveis para se libertar de relacionamentos abusivos.
Saiba mais sobre o auxílio e como ele pode fazer a diferença na vida de quem sofre com a violência acessando os serviços de assistência social em Campinas.
Para mais informações e atualizações, continue acompanhando as notícias no g1 Campinas.