Brasil, 18 de agosto de 2025
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A tensão entre Brasil e EUA: Moraes fala sobre restrições e liberdade

Ministro do STF, Alexandre de Moraes, discute a perda de liberdades pessoais em meio a tensões entre Brasil e EUA, em entrevista ao Washington Post.

Em recente entrevista ao Washington Post, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, abordou as dificuldades enfrentadas por ele e pelo Brasil diante das tensões diplomáticas com os Estados Unidos. Em um contexto onde as relações bilaterais se tornaram mais complicadas, especialmente após o governo de Donald Trump, Moraes expressou sua preocupação com as restrições impostas e a necessidade de continuar suas investigações sobre desinformação.

A perda de liberdades pessoais e as sanções de Trump

Descrevendo sua situação atual, Moraes mencionou que não é “agradável” vivenciar essas restrições. O governo Trump, sob a alegação de que estariam ocorrendo violações à liberdade de expressão e aos direitos humanos de figuras ligadas à direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, impôs sanções que incluíram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e revogação do visto de Moraes. “Claramente, essa não é uma situação confortável”, afirmou.

Apesar das dificuldades, Moraes assegurou que não há espaço para retrocessos em suas ações: “Não existe a menor possibilidade de recuar nem um milímetro. Faremos o que é certo”, disse o ministro, enfatizando a importância de analisar as evidências e punir aqueles que infringem a lei.

Desinformação e suas consequências nas relações entre Brasil e EUA

Nas declarações à reportagem, Moraes também creditou sua visão sobre a tensão atual entre os dois países a “narrativas falsas” que, segundo ele, têm envenenado as relações. Ele apontou o deputado Eduardo Bolsonaro como um dos responsáveis por disseminar desinformação nas redes sociais que impactou negativamente o diálogo entre Brasil e EUA.

Ao explicar sua experiência pessoal, Moraes relatou um momento emblemático quando assistia a um jogo do Corinthians e recebeu a notícia de que Bolsonaro descumprira ordens judiciais, levando-o a reagir prontamente e determinar a prisão domiciliar do ex-presidente.

A figura central da democracia brasileira

O Washington Post descreveu Moraes como um “xerife da democracia”, ressaltando seu papel em várias investigações relacionadas à proteção da ordem democrática no Brasil. Desde a suspensão de operações de plataformas digitais que não cumpriam ordens judiciais até a prisão de políticos e a destituição do governador do Distrito Federal após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, sua atuação foi marcante e controversa.

Além disso, a reportagem destacou a controvérsia em torno do poder e da legitimidade do STF, mencionando que Moraes se tornou uma figura polarizadora. Amigos e colegas o defendem como alguém que “ajudou a preservar a democracia em tempos de crescente autoritarismo”, enquanto críticos alegam que ele se tornou “poderoso demais” e que suas ações podem colocar a legitimidade da Corte em risco. Moraes, por outro lado, se posiciona como um “escudo” contra o autoritarismo.

A visão de Moraes sobre a fragilidade da democracia

Refletindo sobre a fragilidade da democracia brasileira, Moraes comparou-a com a experiência dos Estados Unidos, reconhecendo que pode ser difícil para os americanos compreenderem essa vulnerabilidade, já que o país nunca experimentou um golpe de Estado. Ele afirmou: “Quando se é mais atacado por uma doença, você forma anticorpos mais fortes”. Essa analogia ilustra sua crença de que os ataques à democracia geram reações defensivas e proteção da ordem democrática.

O papel de Moraes em um cenário tumultuado

O ministro tornou-se uma figura central em diversos inquéritos relacionados às ameaças à democracia, especialmente durante as eleições de 2022, quando desempenhou um papel crucial na inelegibilidade de Bolsonaro. Questionado sobre a possibilidade de estar ultrapassando seus poderes, Moraes rebateu, afirmando que suas decisões têm sido revisadas por seus pares no Tribunal e que não perdeu nenhuma delas. “Cento e setenta e nove testemunhas já foram ouvidas”, ele reiterou a legitimidade de seus processos legais.

Assim, com um discurso firme e apaixonado sobre a defesa da democracia, Moraes continua a liderar esforços que, segundo ele, são imperativos em tempos de incerteza e injustiça institucional. Sua postura demonstra um compromisso inabalável com os princípios democráticos que, ao seu ver, precisam ser defendidos obstinadamente na face da adversidade.

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