Brasil, 18 de agosto de 2025
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A fita na ginástica rítmica: encanto e desafios no Mundial

O 41.º Mundial de Ginástica Rítmica no Rio de Janeiro traz desafios em um aparelho considerado o mais complicado da modalidade.

Não há quem não se encante com as ginastas rabiscando o ar com as fitas coloridas da ginástica rítmica. Este aparelho é o mais elogiado entre todos os utilizados na modalidade, como bolas, maças e arcos. Porém, a beleza das fitas é acompanhada por uma complexidade maior. As condições climáticas nos locais de competição influenciam diretamente no desempenho das atletas, especialmente no peso e na trajetória das fitas, tornando-as mais pesadas e sujeitas a nó, um desafio particularmente intenso no 41.º Mundial de Ginástica Rítmica, que será realizado na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro, de quarta a domingo.

A influência das condições climáticas

Camila Ferezin, técnica do conjunto brasileiro, explica que o ambiente pode afetar significativamente a performance das ginastas. A umidade do Rio de Janeiro, por exemplo, traz um desafio adicional, pois a fita pode ficar mais pesada e grudar, alterando sua trajetória. “O ambiente pode atrapalhar. Se o ar-condicionado está ligado, o vento muda a direção das fitas, que pode se embolar ou ir para longe. A fita depende mesmo das condições externas”, afirma Camila.

Para minimizar esses problemas, a seleção brasileira traz consigo vários jogos de fitas para seus treinos e competições. Quando as fitas ficam úmidas e pesadas, elas são rapidamente trocadas por novas. Além disso, a equipe técnica utiliza talco e um ferro quente para secar as fitas. “Temos que estar sempre preparadas para lidar com essas particularidades”, explica Camila.

Um aparelho que exige resistência e treino diário

As fitas, que mede 6 metros, são consideradas o aparelho mais difícil da ginástica rítmica. É necessário um trabalho de resistência muscular para mantê-las em movimento constante durante os 2 minutos e 30 segundos de apresentação. Interromper o movimento pode significar que a fita caia, comprometendo a performance da atleta. “Qualquer atleta da seleção dirá que a fita é a mais complicada”, observa Camila.

Para se acostumar com a fita, muitas ginastas começam a treinar desde pequenas, competindo oficialmente a partir da categoria infantil, que usa uma fita de 4 metros. Isso faz parte de um intenso processo de aprendizagem e adaptação, onde cada detalhe conta. As ginastas costumam usar fitas pretas, que pesam o dobro da fita oficial, para trabalhar a resistência e o manejo.

A estética e coreografia das apresentações

Durante as competições, as fitas devem ser idênticas para todas as equipes, pesando pelo menos 35 gramas, e são inspecionadas pela Federação Internacional de Ginástica antes de receberem um selo especial. A fita que o Brasil usará neste Mundial terá cores vibrantes: azul, verde, amarelo e laranja, seguindo a paleta das suas vestimentas.

Duda Arakaki, capitã da seleção, menciona que, apesar de preferir as maças e arcos, a fita é um componente essencial e, por sua beleza, encanta o público. “A gente até ri quando se enrola no treino. A prática só vem com o tempo. O nosso foco é se adaptar às dificuldades e quem treina mais sai na frente”, compartilha Duda.

As coreografias como expressão artística

No atual ciclo olímpico, a série simples consistirá em cinco fitas, enquanto a série mista será realizada com três bolas e dois arcos. As coreografias adaptadas de Paris-2024 trarão elementos de samba, subindo cinco fitas simultaneamente com lançamentos impressionantes. Camila descreve a apresentação como uma mistura de beleza e técnica: “Tem mais arte na coreografia agora, com momentos marcantes que fazem o público vibrar”.

Além disso, a série mista trará uma apresentação ao som de “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó, e Duda expressa sua emoção ao competir em casa com essa música, que tem um significado especial para ela. “Competir em casa com essa música não terá preço. Espero que todos possam cantar junto”, conclui.

O Mundial de Ginástica Rítmica no Brasil promete não apenas desafios técnicos, mas também uma celebração da estética, da força e da beleza da ginástica rítmica, reafirmando o valor desse esporte no cenário esportivo internacional.

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